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Síria/protestos

Síria é vítima de um complô, diz presidente

Em sua primeira intervenção pública desde o início das revoltas no país, no dia 15 de março, e um dia depois da demissão do governo, chefiado desde 2003 pelo primeiro-ministro Naji Otri, o presidente sírio Bachar Al Assad disse durante um discurso no Parlamento que o país está diante de uma conspiração. "A Síria atravessa um momento excepcional que serve como um teste para nossa unidade", disse o chefe de Estado.

O presidente da Síria, Bashar al Assad, realizou nesta quarta-feira (30) seu primeiro discurso após uma série de protestos no país.
O presidente da Síria, Bashar al Assad, realizou nesta quarta-feira (30) seu primeiro discurso após uma série de protestos no país. Reuters
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Os inimigos do país aproveitaram a situação “para semear o caos”, disse o presidente sírio, em referência às revoltas no mundo árabe. “Não somos uma cópia dos outros países”, afirmou Al Assad, cujo pronunciamento foi transmitido na TV. Segundo Al Assad, o governo é totalmente favorável às mudanças. “Este é o dever do estado”, disse, acrescentando que a luta contra a corrupção e o desemprego era uma prioridade. O presidente, entretanto, não anunciou reformas concretas, como um nova lei de imprensa ou medidas que possibilitem um maior pluralismo político.

O governo já anunciou a intenção de revogar o estado de emergência, em vigor há 48 anos, que autoriza o governo a interrogar pessoas, censurar a imprensa, e prender qualquer cidadão que represente um risco para o Estado. Durante o discurso, a oposição aguardava o anúncio formal do fim da lei, mas o chefe de estado sírio não se pronunciou a respeito. Os opositores do regime criticaram o discurso do presidente. Para o jornalista sírio radicado em Paris, Sahad Masri, trata-se de uma farsa. "Ele quis dar legimitidade ao seu governo escolhendo o Parlamento como local para seu discurso, sabendo, entretanto, que os deputados não são escolhidos pelo povo. Foi um discurso ameaçador, ele tratou os manifestantes que pedem a liberdade e a democracia na Síria de bandidos", declarou.

Nesta terça-feira, as forças de segurança voltaram a atacar os manifestantes em Deera, no sul da Síria. Milhares de participantes também participaram do funeral de Khalil Zatima, 17 ans, que morreu nesta noite depois de ser atingido no confronto com os manifestantes. Desde o início dos protestos, no dia 15, pelo menos 60 pessoas já morreram e mais de 200 ficaram feridas. A oposição fala em 300 mortos. O movimento de contestação começou depois da prisão de 15 crianças, que escreveram frases nos muros da cidade contra o regime, inspirados pela revolução egípcia. Uma grande manifestação está prevista para esta quinta e sexta-feira.
 

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