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Síria/Conflito

Após nova troca de tiros, aumenta tensão entre Síria e Turquia

Após a queda de mais um morteiro sírio em território turco nesta segunda-feira, o exército da Turquia atirou, pelo sexto dia consecutivo, contra postos do exército fiel ao presidente Bashar al-Assad. E a tensão entre os dois países não para de aumentar. Damasco denunciou com firmeza nesta segunda-feira uma proposta de Ancara para resolver o conflito sírio que consistia em um período de transição dirigido pelo atual vice-presidente Farouk al-Chareh, que substituiria Assad.

Veículos do exército turco patrulham a fronteira com a Síria.
Veículos do exército turco patrulham a fronteira com a Síria. Reuters
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O morteiro sírio caiu no distrito de Altinozu, na província de Hatay, no sudeste da Turquia. Desde o bombardeio na quarta-feira do vilarejo turco de Akçakale, na fronteira com a Síria, que causou a morte de cinco civis turcos, as tropas de Ancara respondem a cada tiro sírio que chega ao território turco proveniente dos postos do exército regular sírio.

O governo de Ancara obteve na quinta-feira a autorização formal de seu Parlamento para prosseguir as operações militares contra a Síria, se necessário.

O presidente turco Abdullah Gül declarou nesta segunda-feira que "a pior possibilidade" estava se concretizando na vizinha Síria e pediu que a comunidade internacional reaja. O chefe de Estado acrescentou que seu país continuará fazendo todo o necessário para proteger suas fronteiras.

Depois de uma longa negociação na última quinta-feira, o Conselho de segurança da ONU condenou os tiros do exército sírio contra a Turquia e pediu que os dois países sejam comedidos em suas ações.

Em um discurso pronunciado nesta segunda-feira em Estrasburgo, no leste da França, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou a atenção para a escalada "extremamente perigosa" do conflito na fronteira entre a Síria e a Turquia.

Combates

Em uma ofensiva lançada pelo exército na região de Deraa (sul), vinte pessoas foram mortas em Karak al-Charqi, assediada há três dias, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Em Damasco, as forças leais ao regime de Bashar al-Assad realizam uma "campanha de destruição de casas" nos bairros de Qaboun e Barzé, acompanhadas por um movimento de fuga da população. As informações divulgadas pelo OSDH são baseadas em uma grande rede de militantes e de médicos em todo o país.

Perto da capital, os bombardeios visaram nesta segunda-feira a cidade de Douma. Em Aleppo, segunda maior cidade do país, os combates entre o exército e os rebeldes prosseguem em vários bairros, acompanhados por bombardeios do exército.

Na província de Homs (centro), o bastião rebelde de Khaldiyeh foi bombardeado por aviões, tanques e tiros de morteiro, sempre segundo a ong baseada em Londres. Ao menos 65 pessoas morreram em todo o país nesta segunda-feira, vítimas da violência.

Denúncia

Em Damasco, o ministro da Informação, Omrane al-Zohbi, denunciou uma proposta turca de transição para a Síria. "Não estamos mais na época do império otomano. Aconselho ao governo turco de renunciar em favor de personalidades aceitáveis para o povo turco", acrescentou ele.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição, anunciou nesta segunda-feira que vai se reunir na próxima semana em Doha para tentar se aliar a outros grupos hostis ao regime de Damasco. O CNS foi criticado várias vezes por sua incapacidade de unificar a oposição síria.

 

 

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