Confronto após condenação no Egito causa dezenas de mortes
Pelo menos 30 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas durante um protesto nesse sábado na cidade egípcia de Port-Saïd. O confronto começou após o anúncio da pena capital para os 21 envolvidos no massacre que matou 74 pessoas em fevereiro de 2012 durante um jogo de futebol. O episódio acontece um dia após a comemoração do aniversário de dois anos do início da revolução que resultou na queda do ex-presidente Hosni Mubarak. No total, 39 pessoas morreram em dois dias na onda de violência que toma conta do país.
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Os manifestantes, próximos dos acusados, tentaram invadir a prisão onde estavam os condenados quando o veredito foi anunciado. Segundo testemunhas, vários disparos foram lançados contra a polícia, que revidou com bombas de gás lacrimogêneo. Pelo menos 30 pessoas morreram nos confrontos, entre elas dois policiais, e outras 300 ficaram feridas.
A ministério egípcio do Interior confirmou os ataques desse sábado. De acordo com as agências de notícias locais, as Forças Armadas enviaram soldados para tentar proteger as instalações públicas da cidade. O Conselho Nacional da Defesa egípcio, presidido por Mohamed Morsi, condenou neste sábado a violência no país nas últimas horas, e convocou um diálogo nacional. Segundo o ministro da Informação, o Conselho poderia decretar estado de emergência a e toque de recolher em algumas regiões.
A violência começou logo após o anúncio do tribunal egípcio, que condenou à morte 21 pessoas, a maioria delas moradores de Port-Saïd, pela participação no tumulto que fez 74 vítimas fatais em um estádio de futebol da cidade em fevereiro passado, durante um jogo da equipe local Al-Masry contra o time Al-Ahly, vindo da capital. A pena dos outros 52 acusados, entre eles nove policiais, será anunciada no dia 9 de março. Os tordedores do Cairo, que reivindicam a maioria das vítimas no episódio, também haviam ameaçado criar tumulto se o veredito não fosse suficientemente severo.
Os confrontos acontecem um dia após a comemoração do aniversário de dois anos do início da revolta que resultou na queda do ex-presidente Hosni Mubarak, que ficou no poder durante mais de 30 anos. A celebração foi marcada por violência. Segundo os serviços de segurança, mais de 100 pessoas ficaram feridas na sexta-feira no Cairo em Alexandria (norte) e em Suez (noroeste).
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