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Egito/Mursi

Justiça egípcia decreta prisão preventiva de Mohamed Mursi

O tribunal do Cairo determinou na manhã dessa sexta-feira, 26 de julho, a prisão preventiva do ex-presidente egípcio Mohamed Mursi, acusado de assassinato e de conspiração com o Hamas antes de assumir a direção do país. A anúncio foi feito poucas horas antes das manifestações que devem reunir no final do dia milhares de partidários e opositores ao ex-chefe de Estado na capital. 

Opositores e partidários do ex-presidente egípcio Mohamed devem sair às ruas nessa sexta-feira.
Opositores e partidários do ex-presidente egípcio Mohamed devem sair às ruas nessa sexta-feira. REUTERS/Muhammad Hamed
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Hugo Bachega, do Cairo, para a Rádio França Internacional

A justiça egípcia ordenou 15 dias de prisão preventiva de Mohamed Mursi, alegando o envolvimento do político islamita com o Hamas palestino em um incidente ocorrido no início de 2011, antes de assumir a direção do país. O tribunal também acusa o ex-presidente de ter assassinado detentos e seqüestrado soldados. A Irmandade Muçulmana qualificou as acusações de “ridículas” e estima que elas representam um retorno ao regime de Hosni Mubarak, ditador derrubado do poder por uma revolta popular e com o apoio dos militares em fevereiro de 2011.

O anúncio da prisão preventiva de Mursi foi feito poucas horas antes das manifestações convocadas pelos partidários e pelos opositores do ex-presidente. Milhares de pessoas devem ir às ruas, em meio a temores de que a violência se espalhe pelo país e cause uma nova onda de confrontos e mortes.

O chefe das Forças Armadas do país, general Abdel Fattah al-Sisi, convocou egípcios a participarem de protestos para dar ao Exército um “mandato” para combater a violência, que se acentuou desde a queda de Mursi. Em resposta, a Irmandade Muçulmana, grupo do ex-presidente, pediu a seus aliados que também tomassem as ruas.

Islamitas realizam há quase um mês uma vigília no subúrbio do Cairo contra o que chamam de golpe militar e pedem a restituição de Mursi. Na noite de quinta-feira dezenas de tanques militares podiam ser vistos nas ruas do centro do Cairo e centenas de manifestantes já se reuniam na praça Tahrir, principal palco das manifestações na capital egípcia. O exército prometeu usar a força para combater a violência. A Irmandade Muçulmana alertou para a possibilidade de uma “guerra civil” no país.

O exército do Egito destituiu Mursi no início de julho, após uma série de protestos nas ruas com milhares de pessoas que exigiam sua renúncia. Desde então, confrontos já mataram cerca de duzentas pessoas, a maioria apoiadores do ex-presidente, acentuando a já profunda divisão no país entre opositores e partidários do ex-presidente. 

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