Partidários de Mursi convocam novos protestos nesta sexta-feira
Os partidários do ex-presidente egípcio Mohamed Mursi, destituído pelos militares, convocaram novos protestos para essa sexta-feira (9), apesar das ameaças das forças armadas, que prometeram dispersar à força os manifestantes que ocupam duas praças no Cairo há mais de um mês.
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Em um comunicado, a aliança contra o golpe de estado para a democracia, que reúne os partidários de Mursi, pediu que os protestos continuem pacificamente em todo o país, depois da tradicional oração desta sexta-feira. Os opositores pedem que o movimento se mantenha forte até o retorno do ex-presidente.
A crise no Egito se agravou nos últimos dez dias depois do fracasso das inúmeras tentativas de mediação internacional, e do anúncio feito pelo governo interino. Os militares prometeram dispersar as manifestações favoráveis a Mursi com o fim do Ramadã.
A comunidade internacional teme um novo banho de sangue no Egito. Em um mês, mais de 250 pessoas morreram em confrontos com a polícia, a maioria partidários do ex-presidente. Mursi foi preso e deposto no dia 3 de julho pelas forças armadas, acusado de utilizar o poder para privilegiar a Irmandade Muçulmana, e prejudicar a economia do país, que já enfrenta dificuldades.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro interino Hazem el-Beblawi voltou a ameaçar os manifestantes, dizendo que as forças de segurança pretendem evacuar as praças de Rabaa al-Adawiya e Nahda. "O governo quer dar uma chance aos manifestantes uma chance de reconciliação", declarou.
Os observadores internacionais esperam que o governo, que tem o apoio da população e da imprensa, dê uma nova demonstração de força no domingo, no fim do feriado que celebra de Aid El Fitr, o fim do Ramadã.
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