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Estados Unidos/Rússia

Rússia e EUA discutem proposta de controle de armas químicas sírias

O chanceler russo Serguei Lavrov e o secretário de Estado americano John Kerry se encontram nesta quinta-feira em Genebra para analisar a proposta de controle internacional das armas químicas do regime sírio. Os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU também se reúnem para analisar um projeto de resolução da França que detalha o desmantelamento do arsenal químico de Bashar al-Assad.

O secretário de Estado americano John Kerry vai se encontrar com o chanceler russo Serguei Lavrov
O secretário de Estado americano John Kerry vai se encontrar com o chanceler russo Serguei Lavrov REUTERS/Joshua Roberts
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A Rússia enviou o plano de controle das armas químicas na Síria nesta quarta-feira aos Estados Unidos. A expectativa é que o ministro russo e o secretário de Estado americano reúnam-se durante três dias para avaliar a proposta, que foi aceita pelo regime sírio nesta terça-feira.

O projeto prevê que o estoque de armas químicas de Bashar al-Assad seja mantido sob controle internacional. Uma ideia que possibilitou o adiamento de uma intervenção militar iminente, liderada pelos Estados Unidos, mas que é vista com ceticismo pelo país.

De acordo com o secretário americano, o chanceler russo "tem ideias interessantes para concretizar essa proposta." Para ele, estocar as armas químicas sírias em local seguro, "será um verdadeiro feito, e sem dúvida a melhor solução possível."

Acusado pelo ataque químico do dia 21 de agosto no subúrbio de Damasco, o regime sírio conseguiu evitar um ataque iminente dos Estados Unidos e aliados, que estavam dispostos a dar início a uma operação militar mesmo sem o aval da ONU.

Em uma coluna publicada nesta quinta-feira no jornal americano New York Times, o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que os rebeldes, e não o Exército sírio, realizaram o ataque químico, para acelerar uma intervenção americana. O relatório dos inspetores da ONU que estiveram na periferia de Damasco para investigar o ataque será publicado provavelmente segunda-feira, segundo o chanceler francês, Laurent Fabius.

A França propôs uma resolução prevendo o desmantelamento do arsenal de armas químicas de Bashar al-Assad, com possibilidade de intervenção militar, mas a Rússia se opôs ao projeto.

Em um discurso nesta terça-feira, Barack Obama disse que está disposto a dar uma chance ao diálogo diplomático na questão síria, e pediu que o Congresso adiasse a votação sobre a questão.

"Nos últimos dias, tivemos alguns sinais encorajadores. Em parte, por conta da ameaça real de uma intervenção americana, e também por conta das conversas construtivas que tive com o presidente Putin. Agora o regime admitiu que tem essas armas químicas, e até mesmo confirmou que assinará a Convenção de Armas Químicas", disse Obama.

"Ainda é cedo para dizer se essa proposta será bem-sucedida, e qualquer acordo deve ser verificado, para que tenhamos certeza de que Assad respeitará seus engajamentos. Mas isso traz a posssiblidade de eliminar o risco da utilização de armas químicas sem o uso da força. Também pedi aos membros do Congresso que adiassem a decisão de uma intervenção, enquanto prosseguirmos as negociações pelas vias diplomáticas", declarou.

O presidente americano prometeu, entretanto, que manteria a pressão militar. Ele voltou a denunciar o ataque químico perto de Damasco, que teria matado 1429 pessoas segundo informações do serviço secreto americano. Para ele, ainda é cedo para saber se a proposta será viável.

Já o presidente francês François Hollande, que se reuniu hoje com o Conselho de Defesa, disse que a França continuará mobilizada para "punir o uso de armas químicas pelo regime", e "explorar todas as possibilidades" na ONU.
 

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