Maior grupo de oposição da Síria rejeita conferência de paz
O maior grupo de oposição ao regime de Bashar al-Assad, o Conselho Nacional Sírio (CNS), rejeitou hoje participar da conferência de paz que a Rússia e os Estados Unidos querem promover na segunda semana de novembro, conhecida como Genebra 2. O grupo, que integra a Coalizão Nacional de Oposição (CNO), ameaça romper com a coalizão caso esta aceite participar da conferência.
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O chefe do CNS, Georges Sabra, justificou a decisão evocando o sofrimento que o regime tem imposto à população para combater os rebeldes. O CNS abriga influentes membros da Irmandade Muçulmana síria e foi o primeiro grupo a se debelar contra o regime de Damasco, no início do conflito há mais de dois anos e meio. O grupo reúne personalidades que exigem a saída de Bashar al-Assad do poder, antes da abertura de diálogo.
Em novembro do ano passado, o CNS aderiu à grande Coalizão Nacional de Oposição (CNO), mas agora ameaça se retirar dela. Esta posição enfraquece os planos dos Estados Unidos e da Rússia de colocar em torno da mesa de negociações figuras do regime e da oposição.
Cruz Vermelha retira 1.500 mulheres e crianças sitiadas
A unidade da Cruz Vermelha na Síria retirou hoje 1.500 civis da cidade de Muadamiat al-Chamum, na periferia sudoeste de Damasco, um reduto sob controle rebelde cercado há vários meses pelo Exército sírio. A maioria dos civis transferidos são mulheres e crianças, "cansadas e apavoradas", segundo a Cruz Vermelha. A cidade serve de base para os ataques realizados pelos rebeldes na capital.
O diretor de operações da Cruz Vermelha, Khaled Ereksoussé, não informou se havia obtido autorização do regime para efetuar a retirada dos civis. Ele disse apenas que não tinha sido possível evacuar os feridos, sem dar maiores detalhes. As mulheres e crianças foram transferidas para abrigos na província de Damasco.
A agência oficial Sana divulgou um vídeo em que os refugiados eram vistos entrando em um ônibus, com a ajuda de membros da Cruz Vermelha. Um soldado do Exército sírio também aparece na imagem. A agência afirma que a operação "faz parte dos esforços do governo sírio para proteger cidadãos de ações praticadas pelos terroristas".
Há vários meses a oposição síria e ONGs denunciam o cerco do Exército a Muadamiat al-Chamum, onde várias pessoas já morreram de fome.
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