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Afeganistão/violência

Atentado em Cabul visou Assembleia que discutirá acordo militar com EUA

Pelo menos 6 pessoas morreram neste sábado após um atentado em Cabul, nas proximidades do local onde será realizada na semana que vem uma assembleia para discutir a continuidade da presença militar estrangeira no país após 2014. O ataque soou como um alerta para as autoridades, alguns dias antes do debate sobre o futuro da estabilidade do Afeganistão.

Cenas de veículos atingidos pela explosão de um atentado kamikaze neste sábado, em Cabul.
Cenas de veículos atingidos pela explosão de um atentado kamikaze neste sábado, em Cabul. Foto: Reuters
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Entre os mortos do atentado estão quatro civis, um policial e um militar, segundo o porta-voz do ministério do Interior. O ataque também deixou pelo menos 22 feridos, a maioria civis. O presidente Hamid Karzai condenou o ataque “com veemência”.

Segundo o ministério da Defesa, um kamikaze explodiu seu carro cheio de explosivos contra veículos blindados do exército afegão que faziam a segurança do local onde será realizada a Loya Jirga. Essa grande assembléia tradicional vai reunir de quinta-feira à domingo cerca de 2.500 representantes da sociedade afegã que irão se pronunciar sobre um tratado biltateral de segurança negociado durante meses entre Washington e Cabul.

O ataque deste sábado, registrado apesar do imenso aparato de segurança já mobilizado no local, dias antes mesmo da abertura da Assembléia, reaviva as preocupações com nova onda de violência na capital do país durante a próxima semana , admitiu o porta-voz do ministério.

"Não há sombra de dúvida que nossos inimigos vão fazer de tudo para visar a Loya Jirga”, afirmou. “Mas estou confiante de que as forças de segurança serão capazes de impedir qualquer ameaça”, concluiu.

Explosão

O kamikaze explodiu seu veículo durante a tarde, a uma distância de 150 metros da entrada do campus da escola Politécnica de Cabul, local que acolherá os representantes da Assembléia. Vários carros, um ônibus e muitas lojas ficaram completamente destruídos com a explosão, que provocou uma enorme cortina de fumaça e cinzas.

Até o início da noite, pelo horário local, o atentado não tinha sido reivindicado. Esse tipo de ação é comum entre os talibãs que mantém uma oposição violenta contra o poder instaurado desde o início da intervenção militar no país, liderada pelos Estados Unidos, após os atentados de setembro de 2001.

Horas antes desse atentado, o presidente Karzai havia convidado os talibãs a participar da Loya Jirga, mas os insurgentes se recusaram alegando que a assembléia é uma “farsa”. Eles também ameaçaram punir os participantes se um acordo for firmado no encontro.

O acordo deve indicar as modalidades da presença americana no país ao final da missão de combate da Otan, especialmente sobre o número de bases militares e soldados, além do estatuto dos militares que permanecerem no Afeganistão.
 

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