Acesso ao principal conteúdo
Israel/Palestina

Pouco depois de anunciada nova trégua, Israel volta a atacar Gaza

O Egito anunciou na noite desta quarta-feira (13) que as delegações israelense e palestina chegaram a um acordo para estender em cinco dias a trégua que já durava 72 horas na Faixa de Gaza. Mas, poucos minutos depois da entrada em vigor do novo cessar-fogo, a Força Aérea israelense bombardeou quatro posições na região.

O sistema de defesa israelense "domo de ferro" intercepta foguete vindo da Faixa de Gaza
O sistema de defesa israelense "domo de ferro" intercepta foguete vindo da Faixa de Gaza REUTERS/Amir Cohen
Publicidade

De acordo com Tel-Aviv, os ataques são uma represália a seis foguetes, que teriam atingido o sul de Israel duas horas antes do horário estabelecido para o término da trégua inicial. O Hamas nega ter efetuado os disparos, que não atingiram ninguém nem causaram qualquer dano material.

Pouco antes do anúncio da nova suspensão de hostilidades, o chefe do Estado Maior do exército israelense, Benny Gantz, advertiu que "a operação pode ainda não ter terminado". Peter Lerner, porta-voz do exército israelense escreveu no Twitter que "as forças armadas tomam as medidas necessárias" para se prevenir de possíveis agressões do Hamas.

Essas medidas "não assustam o Hamas", respondeu um dos porta-vozes do grupo islâmico em Gaza, Fawzi Barhum. "A resistência está preparada", declarou. Mas, pouco depois dessa troca de ameaças, os dois lados anunciaram o acordo para a extensão do cessar-fogo, que deve permitir a continuação das negociações indiretas entre as delegações israelense e palestina no Cairo.

Os palestinos, que enviaram representantes da Jihad Islâmica, do Hamas e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), condicionam qualquer acordo de cessar-fogo ao fim do bloqueio à Faixa de Gaza. Israel, por outro lado, exige a desmilitarização da região, uma proposta rechaçada pelas autoridades palestinas. Ou seja, as demandas são aparentemente inconciliáveis.

Flexibilização do embargo

No entanto, de acordo com o chefe da delegação palestina, Azzam al-Ahmed, "os dois lados concordam em vários pontos com relação ao fim do embargo". Um documento preparado pelo Egito propõe que as conversas sejam retomadas em um mês para discutir os principais pontos do bloqueio: a abertura de um porto e um aeroporto, além da restituição, pela parte do Hamas, dos corpos de dois soldados israelenses mortos na Palestina. Em troca, Israel teria de liberar novos prisioneiros.

O Cairo sugere também que a chamada "zona tampão" ao longo da fronteira entre Gaza e Israel seja gradualmente reduzida e que seu controle seja repassado às forças de segurança da Autoridade Palestina (AP). Por isso, nas próximas negociações, a organização dirigida por Mahmoud Abbas deve exercer um papel importante. O documento não detalha, no entanto, como se daria o fim efetivo do embargo.

De acordo com os negociadores palestinos, Israel estaria disposto a reduzir as restrições em dois pontos de passagem da fronteira entre Gaza e seu território - um para pessoas e outro, para bens. Este último seria colocado sob supervisão internacional. De acordo com a imprensa israelense, o Estado hebreu aceitaria também aumentar as zonas de pesca e, sob condições estritas, facilitar a entrada de dinheiro para pagar dezenas de milhares de funcionários públicos que não recebem salários há meses.

Jornalista estrangeiro morto

Nesta quarta-feira, seis pessoas morreram na explosão acidental de um míssil israelense que estava sendo desarmado. Entre os mortos está o videorrepórter italiano da Associated Press Simone Camilli, primeiro jornalista estrangeiro que perdeu a vida desde o início da operação israelense. Seu tradutor palestino, Ali Abu Afash, de 36 anos, também morreu. Além de tradutor para a imprensa estrangeira, Afash trabalhava como assistente administrativo no escritório da agência France Presse (AFP) em Gaza.

De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras, ao menos 15 profissionais de mídia morreram neste mês de guerra entre Israel e Hamas. No total, a operação Limite Protetor já causou a morte de quase 2 mil palestinos, a grande maioria civis. Do lado israelense, três civis e 64 soldados morreram.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.