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Israel/palestinos

Acordo no Cairo prorroga em 24 horas cessar-fogo em Gaza

As negociações israelo-palestinas no Cairo decidiram por uma prorrogação da trégua, e as duas partes do conflito concordaram em estabelecer um prazo até a meia-noite desta terça-feira (19) para tentar chegar a um acordo para um cessar-fogo durável na Faixa de Gaza. No território, mais de dois mil palestinos já morreram desde o início de julho devido aos ataques israelenses.  

Palestinos caminham ao lado de ruínas de casas no campo de Khan Younis, Gaza, 18 de agosto de 2014.
Palestinos caminham ao lado de ruínas de casas no campo de Khan Younis, Gaza, 18 de agosto de 2014. REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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O anúncio foi acolhido com tristeza e apreensão pelos moradores do território palestino, onde famílias vivem em situação precária e milhares de casas ficaram destruídas pelos bombardeios da aviação israelense. Os combates foram interrompidos no dia 11 de agosto.

Reunidas na capital do Egito, as delegações palestina e israelense se comprometeram nesta segunda-feira a prorrogar em 24 horas o cessar-fogo atendendo a pressões dos mediadores egípcios.

Os habitantes de Gaza não esconderam a decepção com a prorrogação de uma trégua frágil e que não afasta a possibilidade de que os combates possam ser retomados a qualquer momento. "Os israelenses estão bem tranquilos. Já a minha casa foi destruída, e eu vivo com meu marido e meus filhos em uma casa da ONU", afirmou Manal Abou Abed, uma moradora de Gaza, de 40 anos, em entrevista à agência AFP.

Pronto para atacar

Até o último minuto, e como acontece sempre nos momentos finais das negociações, cada parte no conflito quis impor suas posições e não deu mostras de ceder às exigências do adversário. "O exército está pronto a atacar com força se os tiros voltarem", ameaçou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O governo israelense garante que sua ofensiva em Gaza foi decidida para justamente por fim ao lançamento de foguetes contra seu território. Um porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abou Zouhri, denunciou "ameaças sem valor algum".

Os palestinos, representados no Cairo por uma delegação com integrantes do Hamas, da Jihad Islâmica e da Organização para a Libertação da Palestina, afirmam que não vão assinar nenhum acordo sem o fim do bloqueio à Faixa de Gaza. Os israelenses exigem a desmilitarização do território palestino para dar o sinal verde à reconstrução de Gaza.

Pontos do acordo

A proposta egípcia do cessar-fogo apresenta um acordo sobre pontos considerados menos sensíveis. A zona pesqueira em Gaza seria ampliada de três para 12 milhas náuticas, os pontos de passagem seriam reabertos para o trânsito de pessoas e mercadorias, as zonas-tampão no interior do território desapareceriam e Israel contribuiria com ajuda humanitária e reconstrução.

O ponto-chave do acordo se refere à gestão da segurança do território e das discussões futuras com a Autoridade Palestina, uma manobra para descartar o Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

Os assuntos mais delicados como a abertura de um porto e de um aeroporto em Gaza, ou a restituição dos corpos de dois soldados israelenses mortos em troca de prisioneiros palestinos seriam discutidos dentro de um mês, após o retorno da calma e da estabilidade à Faixa de Gaza.

 

 

 

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