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União Europeia

UE promete mil milhões de Euros à ONU para apoiar refugiados

Os dirigentes europeus reunidos em cimeira extraordinária esta quarta-feira em Bruxelas para uma vez mais debater a crise dos refugiados comprometeram-se a desbloquear mil milhões de Euros suplementares a favor das agências da ONU que apoiam os refugiados nos países limítrofes da Síria e que só por si acolhem cerca de 4 milhões de refugiados, a Turquia, o Líbano e a Jordânia.  

O Presidente do Conselho Europeu Donald Tusk coloca como prioridade o controlo das fronteiras exteriores da Europa
O Presidente do Conselho Europeu Donald Tusk coloca como prioridade o controlo das fronteiras exteriores da Europa REUTERS/Eric Vidal
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De acordo com um projecto de declaração dos 28, os Estados-membros prometem "responder às necessidades urgentes dos refugiados na região, ajudando o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, o Programa Alimentar Mundial e outras agências" com este envelope suplementar. A Comissão Europeia notou contudo que até agora, apenas 38% dos fundos pedidos pelas agências humanitárias tinham sido efectivamente disponibilizados.

Ao desbloquear mais fundos para a ajuda aos refugiados junto à sua zona de origem, os líderes europeus não escondem que pretendem deste modo travar o afluxo dos refugiados para a União Europeia. Para o presidente francês François Hollande, "é na Turquia, na Jordânia e no Líbano que as ajudas devem ser providenciadas, de modo a evitar que os refugiados tenham a tentarão de viajar para a Europa, correndo risco de vida". Sinal disso é também o mote lançado pelo presidente polaco do Conselho Europeu Donald Tusk antes da abertura da cimeira, para quem a prioridade é retomar o controlo das fronteiras exteriores da Europa".

A partir de Bruxelas, Vasco Gandra contou-nos o que está em jogo nesta cimeira.

01:10

Vasco Gandra, correspondente da RFI em Bruxelas

Na perspectiva da cimeira de hoje, esta manha, a Comissão Europeia anunciou a sua intenção de mobilizar 1,7 mil milhões de Euros para responder à crise migratória até 2016 e propôs sobretudo um roteiro detalhado para a adopção de medidas urgentes a favor dos Estados Membros que se encontram na linha da frente no acolhimento de refugiados. Bruxelas pretende nomeadamente que se instalem rapidamente o que denominou de "Hotspots", centros de acolhimento e registo de migrantes na Itália e na Grécia".

O antigo vice-presidente do parlamento europeu Manuel dos Santos considera que o apoio financeiro e a adopção de medidas de emergência fazem sentido.

00:47

Manuel dos Santos, antigo vice-presidente do Parlemento Europeu, entrevistado por Neidy Ribeiro

Contudo, é num clima de discórdia e cepticismo que se encaminhou esta cimeira, menos de 24 horas depois de uma outra conferência dos ministros do interior da UE em que se arrancou um acordo sobre a repartição por quotas obrigatórias de 120 mil refugiados, um princípio contra o qual se pronunciaram a República Checa, a Hungria, a Eslovaquia e a Roménia.

Ainda hoje, o primeiro-ministro Húngaro, Viktor Orban rejeitou o "imperialismo moral" que a seu ver a Chanceler alema Angela Merkel està a tentar impor ao resto da Europa e, no mesmo sentido, o chefe do governo eslovaco, cujo país ficou de acolher 802 migrantes, anunciou que ia pedir a anulaçao desta decisao ao Tribunal de Justiça Europeu.

Enquanto isso, o fluxo dos migrantes não pára. Ainda ontem 5000 pessoas transitaram pela Áustria e outras 9000 chegaram à Croácia.

 

 

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