Acesso ao principal conteúdo
Iraque/Turquia/França

Iraque: Emmanuel Macron promete apoio contra jihadistas e ingerências externas

Após dois dias em Beirute, o Presidente Emmanuel Macron fez esta quarta-feira, 2 de Setembro, uma breve escala em Bagdad, onde prometeu apoio contra as ameaças jihadistas e as ingerências externas, bem como lançar uma iniciativa, sob égide da ONU, para que o Iraque resgate a sua soberania.

Presidente Emmanuel Macron e seu homólogo iraquiano Barham Saleh, em conferência de imprensa em Bagdad a 2 de Setembro 2020.
Presidente Emmanuel Macron e seu homólogo iraquiano Barham Saleh, em conferência de imprensa em Bagdad a 2 de Setembro 2020. REUTERS - THAIER AL-SUDANI
Publicidade

Esta visita relâmpago a Bagdad, nesta quarta-feira, 2 de Setembro, é a primeira "oficial" do Presidente Emmanuel Macron ao Iraque, e ele foi o primeiro dirigente ocidental a encontrar-se com o novo primeiro-ministro Moustafa al Kadhimi, em funções desde Maio, que disse ter abordado com o Presidente francês a eventual construção de uma central nuclear sob controlo da AIEA, para pôr fim à penúria de electricidade no país, bem como de um metropolitano em Bagdad.

A França tem tropas no Iraque no quadro da operação internacional Chammal que combate o Estado Islâmico e Emmanuel Macron prometeu cooperação energética e militar e disse apoiar os esforços do primeiro-ministro para preservar e regularizar as forças armadas, evocando as milícias xiitas apoiadas pelo Irão, activas no Iraque.

Paris tenta encontrar um novo equilíbrio na região e pretende lançar uma iniciativa sob a égide da ONU - cujos contornos são ainda pouco claros - para ajudar o Iraque a afirmar a sua "soberania" à margem das tensões entre os seus dois principais aliados: Estados Unidos e Irão.

Macron foi recebido no palácio presidencial pelo seu homólogo Barham Saleh e em conferência de imprensa conjunta prometeu apoiar o país face aos principais desafios com que se confronta: a ameaça jihadista do Estado Islâmico, que nos últimos meses aumentou os ataques, quando os Estados Unidos anunciaram a 21 de Agosto a sua vontade de reduzir de um terço as tropas norte-americanas presentes no Iraque.

O segundo desafio para o Iraque são as ingerências externas múltiplas que duram há vários anos, disse o Presidente francês, sem precisar quais os países visados, mas  na mira estão os Estados Unidos, Irão e à Turquia, que mantém ilegalmente tropas no norte do Iraque, para combater os rebeldes curdos do PKK.

Isto no momento em que Ancara e Paris se digladiam num verdadeiro braço de ferro no Mediterrâneo Oriental, onde a Turquia faz prospeção de hidrocarbonetos, numa zona cuja jurisdição entre a Grécia, Chipre e da Turquia ainda não está estabelecida, sendo que as reivindicações destes três países se sobrepõem numa vasta área.

Macron deve abordar esta questão com os responsáveis curdos, que convidou a deslocarem-se a Bagdad, mas não se deslocou a Erbil, na região autónoma do Kurdistão iraquiano.

Tal deve-se sem dúvida à degradação da situação de segurança no país, mas os temas na mesa são múltiplos e variados, dado que o Iraque atravessa neste momento múltiplas crises: sanitária, como em todo o mundo, mas também económica, social e política.

O Iraque teve até Maio três primeiros-ministros em dez semanas e viveu uma vaga de contestação sem precedentes no ano passado durante meses a fio, para denunciar a corrupção das élites, face às dificuldades quotidianas da população, a repressão das manifestações de protesto causou centenas de mortos,

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.