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Igreja Católica

Associações gays aplaudem reconhecimento pelo Papa de união civil

A associação moçambicana Lambda, de defesa de minorias sexuais, aplaude o facto de o Papa Francisco ter admitido uniões civis para casais do mesmo sexo. Por seu lado a associação lusa Rumos Novos de gays católicos saúda este passo dado pelo Sumo Pontífice, admitindo as suas posições progressistas em relação aos homossexuais.

Papa Francisco admite união civil de homossexuais.
Papa Francisco admite união civil de homossexuais. AP Photo/Gregorio Borgia
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O Papa Francisco afirmou nesta quarta-feira que os "homossexuais têm o direito de fazer parte de uma família". 

Tratou-se da primeira vez em que o Sumo Pontífice assumiu uma posição assumidamente em prol dos direitos das minorias sexuais LGBT (lésbicas, gays, bi e transsexuais).

A posição do chefe dos católicos foi tornada pública no documentário Francesco, que estreou esta quarta-feira no Festival de Cinema de Roma. O filme incide sobre a forma como o Papa, eleito em 2013, aborda questões sociais, sobretudo entre aqueles que vivem “nas periferias existenciais”, explica a Catholic News Agency.

O Papa, não obstante a oposição de sectores conservadores junto do Clero e da própria Igreja, já tinha assumido publicamente não lhe competir a ele julgar os homossexuais.

Ele tinha-o dito no seu regresso de avião do Brasil, no ano da sua eleição.

O documentário retrata a forma como o Papa, incluindo no passado quando integrava o clero argentino ter dado provas de abertura em relação ao acolhimento nas paróquias relativamente aos homossexuais, aconselhando os pais a não rejeitar os seus filhos gays.

A tomada de posição do Papa choca com o documento oficial da Congregação para a doutrina da fé (que vela pelos dogmas no Vaticano), datado de 2003 que se opunha ao reconhecimento jurídico das uniões homossexuais.

No entanto o chefe dos católicos sempre se terá oposto ao reconhecimento dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, remetendo este âmbito para uniões apenas entre heterossexuais.

Ainda assim Roberto Paulo, director executivo da associação moçambicana Lambda, de defesa de minorias sexuais, aplaude este "primeiro passo", sem descartar "quiçá outros passos" e qualifica os posicionamentos do Papa como indo no sentido da defesa dos direitos humanos.

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Roberto Paulo, director executivo da associação moçambicana Lambda de defesa de minorias sexuais

Ele admite as resistências que possam existir no seio da Igreja Católica, onde o clero africano, nomeadamente, se tem notabilizado na oposição quanto às reformas na área social, mas salienta o facto de este ser, ainda assim, o posicionamento da sua principal liderança.

Na mesma óptica José Liote, coordenador da associação de gays católicos portugueses Rumos Novos saúda o posicionamento do Papa "com vivo entusiamo", embora mantendo uma postura "cautelosamente optimista" quanto à evolução real da Igreja nesta matéria.

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José Liote, coordenador da associação de gays católicos portugueses Rumos Novos

 

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