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Paquistão / Estados Unidos

Supremo Tribunal do Paquistão liberta suspeito de assassinato do jornalista Daniel Pearl

Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal do Paquistão confirmou a anulação da condenação à morte de Omar Sheikh, um extremista britânico-paquistanês de 47 anos, suspeito de ter sequestrado e assassinado o jornalista americano Daniel Pearl em 2002. Esta decisão judicial dá luz verde para a sua libertação imediata.

Mural com o retrato do jornalista Daniel Pearl em Los Angeles.
Mural com o retrato do jornalista Daniel Pearl em Los Angeles. MARK RALSTON / AFP
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Depois de cumprir 18 anos pelo rapto e decapitação em 2002 de Daniel Pearl, 38 anos, correspondente do 'Wall Street Journal' que na época estava a conduzir uma investigação em Carachi, no sul, sobre grupos radicais no Paquistão, o islamista radical Omar Sheikh poderia estar prestes a ser solto, o Supremo Tribunal do Paquistão tendo concluído que ele não cometeu "nenhuma ofensa neste caso".

Esta decisão confirma um veredicto do Tribunal Superior da Província de Sindh (no sul) comunicado em Abril do ano passado revogando a sentença de morte que tinha sido pronunciada contra o activista que, na altura tinha visto a sua pena ser reduzida para 7 anos de detenção, o que concretamente significava a sua libertação imediata, já que este período tinha sido amplamente coberto pelos seus 18 anos de prisão.

A justiça nessa altura também optou pela absolvição de 3 outros suspeitos que tinham sido condenados em 2002 à prisão perpétua por terem enviado e-mails dando conta do sequestro do jornalista.

Em resposta, nessa época, o Departamento de Estado americano denunciou esta decisão, qualificando-a de "afronta às vítimas do terrorismo em todo o mundo" e os pais de Daniel Pearl apresentaram um recurso que levou à continuação da detenção dos quatro acusados, muito embora um novo julgamento do mesmo tribunal no passado mês de Dezembro acabasse por ir no mesmo sentido.

Esta decisão do Supremo Tribunal traduz as crescentes dúvidas sobre a culpabilidade dos suspeitos que foram presos na altura do assassinato de Daniel Peral. Em 2011, uma investigação conduzida por jornalistas, entre os quais alguns colegas do antigo correspondente do 'Wall Street Journal', determinou que a justiça paquistanesa se tinha enganado e que os quatro condenados nem sequer tinham estado presentes durante a execução de Daniel Pearl.

De acordo com este colectivo, foi o islamista radical paquistanês Khaled Sheikh Mohammed, autoproclamado mentor dos ataques do 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, quem decapitou o jornalista americano. O activista radical detido no Paquistão em 2003, encontra-se actualmente detido na prisão norte-americana de Guantánamo e terá confessado ser o autor do assassinato.

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