Egipto: O desfile de múmias
Vinte e duas múmias de reis e rainhas do antigo Egipto foram transferidas ontem à noite no Cairo para um novo museu na capital egípcia.
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A maioria das múmias tem entre 3200 a 3700 anos e encontra-se num excelente estado e conservação. Os dezoito reis e quatro rainhas foram colocados em cápsulas com nitrogénio, para assegurar a sua preservação, e foram transportados em 22 carros decorados como barcos faraónicos de forma a replicar os funerais de há mais de 3000 anos em Luxor, a 500 km sul do Cairo. Na altura, estas realezas foram transportadas em embarcações das margens leste para a oeste do Nilo, onde foram enterradas e permaneceram até serem descobertas em finais do século XIX.
Na parada mediática a que foram expostas ontem, estas realezas tiveram um percurso diferente, tendo circulado 5 km na capital Egípcia, em estradas que foram pavimentadas para o efeito, de forma a assegurar uma viagem o mais suave possível.
De notar que a exposição ao público destas múmias é vista por muitos como um desrespeito aos mortos. Em 1980, o presidente Anwar Sadat fechou a sala do museu em que estavam expostos estes corpos e chegou mesmo a pedir que fossem reenterradas.
A cerimónia de duas horas de ontem à noite já estava a ser planeada desde há quatro meses e foi transmitida em directo na televisão do Egipto e de dezenas de outros países. Para além da promoção do turismo, a pompa e circunstância do evento serviu também como propaganda ao actual regime porque teve uma presença permanente do presidente Abdel Fatah El-Sisi.
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