Declaração de Lisboa marca o encerramento da Conferência dos Oceanos
Um impulso a um acordo sobre o Tratado para a biodiversidade no Alto Mar é uma das conclusões da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos que encerra dentro de instantes em Lisboa. Das discussões ao longo da semana fica também um apelo a maior financiamento para economias sustentáveis em países menos desenvolvidos num contexto em que os Oceanos estão cada vez mais ameaçados.
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Os delegados mostraram preocupação com a emergência global em que vivem os Oceanos, com os níveis médios da água do mar a subir, a erosão costeira a piorar e Oceanos mais quentes e mais ácidos. A poluição marinha está a aumentar, há sobrepesca de um terço dos stocks, perdeu-se metade dos corais, há espécies invasoras nos ecossistemas marinhos.
Ao longo da Conferência, os países menos desenvolvidos foram deixando diversos apelos a um reforço do financiamento em matéria oceânica e climática.
"Os participantes fizeram referência à importância de desenvolver planos e estratégias regionais e nacionais apropriados relativos às economias sustentáveis baseadas no oceano. Muitos participantes ressaltaram a necessidade de recursos financeiros e técnicos adicionais e adequados para o desenvolvimento destas economias", relatou Abraão Vicente, ministro do mar de Cabo Verde, coordenador de um dos 8 diálogos interactivos da Conferência.
A declaração de Lisboa não é vinculativa. Apenas apela a maior ambição global em todos os planos da realidade dos oceanos, e denuncia que muitas das metas do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 14, sobre recursos marinhos, estão atrasadas.
Desta conferência sai ainda um apelo para que se feche em breve o Tratado de Biodiversidade do Alto mar.
Miguel de Serpa Soares, sub-secretário geral da ONU para os assuntos legais, explica-nos o que falta.
"Os grandes que têm imensos meios e que querem um regime o mais livre possível. E depois os países mais pequenos, e mais pobres, que têm um interesse oposto, numa regulamentação mais clara, de modo a poder assegurar a partilha de benefícios económicos que vêm da exploração de algo que é património comum da humanidade".
A próxima ronda será em Agosto. A Conferência fica ainda marcada pela criação de uma plataforma de colaboração lusófona no quadro da CPLP, para a Promoção da Pesca Sustentável e Prevenção, Combate e Eliminação da Pesca Ilegal, Não Declarada e Não Regulamentada.
Ouça aqui a correspondência de José Pedro Frazão.
Correspondência de José Pedro Frazão, 01/7/2022
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