Turquia: fronteira com a Arménia reaberta depois de 35 anos

O sismo que se abateu sobre a Turquia e a Siria já fez pelo menos 35 mil pessoas, segundo o balanço mais recente. A Turquia reabriu fronteiras fechadas há decadas para deixar passar a ajuda humanitária que tardou a chegar e as ajudas internacionais estão a implicar algum desanuviamento nas relações entre a Turquia e uma série de países vizinhos. 

Na Turquia, há quase dois milhões de desabrigados. Na Síria, palco de uma guerra civil há quase 12 anos, a situação também é crítica. REUTERS - SUHAIB SALEM

O terrível abalo sísmico que provocou esta enorme tragédia na Turquia e no noroeste da Síria pode agora abalar a geopolítica da região e possivelmente favorecer o desanuviamento de relações políticas entre a Turquia e vários países com quem Ancara mantém diferendos políticos, como por exemplo a Arménia, a Grécia ou os Estados-Unidos.

A Arménia enviou ajuda humanitária pela fronteira fechada entre os dois países há 35 anos, depois de a Turquia o ter expressamente autorizado. 

A Grécia também enviou equipas para busca e salvamento. Nos últimos dias, o próprio ministro grego dos Negócios Estrangeiros, Nikolaos Dendias, visitou a área afectada e assim mostrou a sua solidariedade para com o povo e o regime turco. 

A mesma coisa acontecerá quando Anthony Blinken visitar Ankara, esta semana ainda, e apesar dos Estados-Unidos e da Turquia terem, no momento, relações políticas muito difíceis.

Relativamente à Síria, o Governo turco anunciou também que está pronto a abrir dois novos postos fronteiriços entre a Turquia e a província rebelde de Idlib para que esta possa receber, finalmente, alguma ajuda humanitária. Isto poderá mudar o curso da guerra ou, pelo menos, a relação de forças nesta longa guerra civil que dura há mais de 12 anos.