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Turquia

Turquia: Há 20 anos nas mãos de Erdogan

A professora de História ligada à Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, Djanira Couto, denuncia um clima de autoritarismo e alerta para deterioração da questão dos direitos humanos desde a chegada de Recep Tayyip Erdogan ao poder, em 2003. Todavia, a especialista do Médio Oriente reconhece que a Turquia registou avanços nas questões diplomáticas e económicas.

Recep Tayyip Erdogan, Presidente da Turquia.
Recep Tayyip Erdogan, Presidente da Turquia. © Burhan Ozbilici / AP
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Vinte anos depois da chegada de Recep Tayyip Erdogan ao poder, a Turquia registou avanços no plano económico, reconhece Djanira Couto, professora de História ligada à Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais.

 “Do ponto de vista económico houve um crescimento realmente notável, nestes últimos vinte anos, Isto fez criar uma classe média alta e com um poder de consumo muito maior”, explica.

A especialista do Médio Oriente denuncia o autoritarismo do partido de Recep Tayyip Erdogan, AKP, uma postura que acabou por se repercutir na deterioração dos direitos humanos e nas questões religiosas.

“O Partido AKP é um partido autoritário e isso repercutiu-se nos direitos humanos, nas liberdades cívicas e na religião”, alerta.  

Djanira Couto refere que, nestas duas últimas décadas, o Presidente Recep Tayyip Erdogan demonstrou ser “um animal político” ao perceber a posição geostratégica do país.

“Politicamente ele é um animal político. Internamente falando, mas também do ponto de vista exterior, pois compreendeu a posição geostratégica da Turquia. Ele tem conseguido, não diria de triunfos diplomáticos, manter os interesses da Turquia. Por exemplo, toda a questão à volta da adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, que ele tem conseguido bloquear”, notou.

A Turquia realiza eleições presidenciais no próximo dia 14 de Maio. Recep Tayyip Erdogan, no cargo desde 2014, recandidata-se e disputa a corrida eleitoral ao lado de Kemal Kilicdaroglu, único candidato da aliança da oposição.

A professora de História ligada à Escola de Altos Estudos em Ciências Social considera que o candidato da oposição não terá grandes hipóteses, face à máquina partidária de RecepTayyipErdogan.

"Kilicdaroglu é uma personagem não carismática. É certamente uma excelente pessoa. Uma pessoa honesta, mas não tem qualquer carisma. É um homem do aparelho político, que fez uma longa carreira no partido. Mas, neste últimos anos, o partido que não apresentou programas alternativos, politicamente credíveis", reconhece.

Djanira Couto admite que a crise financeira, com a desvalorização da moeda, e o sismo que atingiu a sudeste da Turquia podem afectar a campanha eleitoral de RecepTayyipErdogan, mas não vão afectar a sua reeleição.

"Na campanha terão de certeza, pois o descontentamento é grande, como se tem verificado em várias zonas. Mas o regime controla pontos-chave [assegurando] a reeleição do Presidente. Talvez seja reeleito com menos votos", conclui.

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Djanira Couto, professora de História ligada à Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e especialista do Médio Oriente

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