Lídia Jorge vence Prémio Médicis Étranger com “Misericórdia”

O romance "Misericórdia", de Lídia Jorge, venceu o Prémio Médicis Étranger, em ex-aequo com o romance "Impossibles Adieux", da sul-coreana Han Kang. Lídia Jorge é a primeira autora de língua portuguesa distinguida com o galardão, criado em França em 1970.

A escritora, Lídia Jorge © RFI

O anúncio foi feito pelas publicações D. Quixote, que editam a escritora portuguesa: “É com grande satisfação que a Dom Quixote anuncia que Misericórdia, de Lídia Jorge, um dia depois de ter vencido, em Portugal, o Prémio Fernando Namora, acaba de ser declarado, em França, vencedor do Prémio Médicis Étranger, ex aequo com o romance Impossibles Adieux, da sul-coreana Han Kang, que publicaremos em 2024.”

Lídia Jorge é a primeira autora de língua portuguesa distinguida com o galardão, criado em França em 1970. O prémio foi entregue pela primeira vez ao italiano Luigi Malerba e distinguiu, entre outros, autores como Milan Kundera, Julio Cortázar, Doris Lessing, Umberto Eco, Elsa Morante, Antonio Tabucchi, Philip Roth, Orhan Pamuk, Antonio Muñoz Molina e David Grossman.

O romance “Misericórdia” - publicado em Portugal em Outubro de 2022 e editado em França pela Métailié - venceu já o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores; o Prémio Urbano Tavares Rodrigues; o Prémio do PEN Clube Português; o Prémio Fernando Namora; o Prémio para o Melhor Livro Lusófono publicado em França. Chegou, ainda, aos finalistas dos Prémios FEMINA, também em França, e mantém-se na corrida ao Prémio Oceanos, um dos mais importantes para autores de língua portuguesa, cujo vencedor será conhecido no próximo dia 7 de Dezembro.

Misericórdia, actualmente na 6.ª edição em Portugal, é descrito pelas D. Quixote como “um livro absolutamente novo na obra da autora e muito provavelmente em toda a literatura portuguesa”. Para além de França, tem os direitos de publicação vendidos para Espanha, Alemanha, Colômbia e México.

Amplamente traduzida e publicada no estrangeiro, Lídia Jorge já recebeu, anteriormente, o Prémio ALBATROS, da Fundação Günter Grass, o Prémio Charles Bisset, da Associação Francesa de Psiquiatria, e o Prémio Fil de Literatura em Línguas Românicas de Guadalajara, aos quais agora se junta o Prémio Médicis Étranger.