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Myanmar

Junta militar da ex Birmânia prolongou estado de emergência por mais 6 meses

A junta militar no poder na antiga Birmânia decretou nesta quarta-feira um novo prolongamento do estado de emergência por mais seis meses, adiando de facto as eleições que tinha prometido após retomar o poder pela força, faz amanhã 3 anos.

Naypyidaw, capital do Myanmar.
Naypyidaw, capital do Myanmar. © AFP/Arquivo
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"U Myint Swe, presidente em exercício, anunciou o prolongamento do estado de emergência por mais seis meses", na sequência de uma reunião do Conselho Nacional de Defesa e Segurança na capital Naypyidaw, anunciou a junta em comunicado argumentando que esta decisão era necessária "porque a situação não voltou à normalidade e para poder continuar a luta contra os terroristas".

Este anúncio feito a poucas horas de expirar o estado de emergência esta quarta-feira à meia-noite, surge num contexto difícil para o exército que tem enfrentado uma forte resistência no plano militar.

Durante este mês de Janeiro, os insurgentes do Exército de Arakan afirmaram ter tomado o controlo da cidade de Paletwa, no estado de Chin, a cerca de 20 quilómetros da fronteira com o Bangladesh, e de seis bases militares junto da fronteira com a Índia.

Em finais de Outubro do ano passado, uma ofensiva conjunta do Exército de Arakan, juntamente com dois outros grupos rebeldes, a Aliança Democrática Nacional de Mianmar (MNDAA) e o Exército de Libertação Nacional Ta'ang (TNLA), infligiu uma série inédita de reveses à junta no Estado de Shan, no norte, perto da fronteira chinesa.

Na sequência dessas derrotas, milhares de militares entregaram-se e alguns fugiram para a Índia e a China.

Negociações sob a égide de Pequim permitiram estabelecer um cessar-fogo nesta zona e os insurgentes conservaram o controlo sobre os territórios que conquistaram, mas os combates alastraram por outras regiões do país.

Recorde-se que os militares que já tinham dirigido Myanmar entre 1988 e 2011 retomaram o poder no dia 1 de Fevereiro de 2021 através de um golpe que derrubou o governo civil chefiado pela dirigente eleita Aung San Suu Kyi.

Os militares argumentaram na altura que se tinham registado fraudes durante as eleições legislativas de finais de 2020, marcadas pela esmagadora vitória do partido da dirigente galardoada com o Prémio Nobel em 1991. Alegações desmentidas por grupos de defesa dos Direitos Humanos.

Na sequência do golpe militar de Fevereiro de 2021, abriu-se um novo período de repressão contra os partidários de um regresso da democracia. De acordo com uma ONG local, mais de 4.400 pessoas foram mortas na repressão pós-golpe e mais 25.000 foram presas. A ONU estima que os combates provocaram mais de dois milhões deslocados internos.

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