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Pioneiro do reggae na Guiné-Bissau quer despertar consciências

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Masta Collie, nome artístico de Serifo Sagna, foi pioneiro da música reggae na Guiné-Bissau, descreve-se como “um dos artistas mais revolucionários” da sua geração e considera que a música tem de servir para despertar consciências. Conta que foi obrigado a fugir do seu país devido à sua música e foi na Bélgica que formou um novo grupo, os "Masta Lions", que estiveram na RFI.

Músicos do grupo Masta Lions na RFI. 28 de Abril de 2023.
Músicos do grupo Masta Lions na RFI. 28 de Abril de 2023. © Carina Branco/RFI
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O grupo Masta Lions nasceu em 2021 na Bélgica, graças ao encontro do "pioneiro do reggae na Guiné-Bissau" com músicos belgas. As músicas são escritas, compostas e cantadas por "Masta Collie" e falam de temas africanos em mandinga, crioulo, inglês e francês. 

Venho de um país onde a miséria ninguém pode explicar. A África também é um continente onde eu vivi quase toda a minha infância. Cantamos tudo, cantamos o que vivemos”, começa por contar Masta Collie, nome artístico de Serifo Sagna.

O cantor e compositor bissau-guineense encara a música como uma forma de despertar consciências, “sobretudo dos jovens”, e interessa-se pelas pontes entre a música tradicional africana, nomeadamente guineense, e o reggae. Desde logo porque o reggae é considerado como uma música militante e a Guiné-Bissau teve grandes artistas com mensagens políticas “e que arriscaram a vida para defender as cores da bandeira nacional”, como José Carlos Schwarz e os Super Mama Djombo.  “Mas chegou um momento em que isto desapareceu. O gumbé falava mais do amor, da dança… Chegou um momento em que a juventude ficou saturada e queria uma coisa nova. Eu, com o meu estilo rasta e com as minhas palavras de esperança, tentei consciencializar o povo mais jovem”, acrescenta, sublinhando que foi “o pioneiro da música reggae na Guiné-Bissau”.

Serifo Sagna nasceu em Farim, no norte da Guiné-Bissau, lançou-se no mundo da música aos 15 anos e gravou três discos: “Sorry Mama”, “Políticos Falhados” e “Guiné-Comores”. Em 1998, a guerra civil obrigou-o a deixar o país, ao qual regressaria mais tarde e do qual teve de voltar a sair, em 2005, desta vez devido à sua música. “Sou um dos artistas mais revolucionários da minha geração”, resume o músico, contando que chegou a ser alvo de “uma tentativa de assassinato” depois de uma das suas músicas ter sido usada durante a campanha para as presidenciais.

O grupo Masta Lions vai participar, a 5 de Maio, no Festival l’Afrique en Couleurs, em Bruxelas.

Veja aqui a entrevista ao vivo na RFI.

 

Masta Lions na RFI
Músicos do grupo Masta Lions na RFI. 28 de Abril de 2023.
Músicos do grupo Masta Lions na RFI. 28 de Abril de 2023. © Carina Branco/RFI

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