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Egito/ violência

Vídeo de agressão a opositor eleva pressão sobre governo do Egito

Um vídeo de tortura de um manifestante egípcio aumentou a revolta dos opositores contra o governo do presidente Mohamed Mursi, que pedem a renúncia do governante. O fato ocorre em um momento em que a insatisfação popular volta a tomar as ruas do país.

Palácio presidencial egípcio estava sob forte proteção policial neste sábado.
Palácio presidencial egípcio estava sob forte proteção policial neste sábado. REUTERS/Asmaa Waguih
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A principal coalizão opositora egípcia anunciou que apoia “os pedidos do povo” para que o governo do presidente islamita Mohamed Mursi, chamado de “tirano”, seja deposto. O comunicado foi divulgado após uma reunião neste sábado, depois que mais uma noite de violências provocou a morte de pelo menos uma pessoa no Cairo, somando-se a outras 56 que perderam a vida em Porto Said e no Canal de Suez, na última semana. A divulgação, ontem, de um vídeo de um manifestante nu, arrastado pelo chão e espancado com cassetetes por policiais, elevou ainda mais a fúria dos egípcios contra o governo.

A Frente da Saudação Nacional pediu ainda que Mursi responda diante da Justiça pelos “crimes” cometidos no país durante a atual onda de protestos. O homem visto no vídeo, Hamada Saber, permanecia internado neste sábado em um hospital policial, um dia depois de ter sido mostrado pela televisão, coberto de fuligem e atacado por seis policiais que o tiraram de um veículo blindado perto do palácio presidencial.

O gabinete do presidente Mohamed Mursi prometeu investigar o incidente, que ocorreu em meio à pior onda de violência dos seus sete meses de mandato. Seus opositores dizem que os atos provam que o presidente escolheu ordenar uma brutal repressão aos protestos, assim como fez Hosni Mubarak contra as manifestações que resultaram em sua queda em 2011. Outro manifestante foi morto a tiros na sexta-feira, e mais de cem ficaram feridos, muitos com gravidade, após batalhas entre a polícia e manifestantes que atacaram o palácio com bombas de gasolina.

Hoje, vários manifestantes atiraram pedras e garrafas contra o comboio do primeiro-ministro Hisham Qandil, na praça Tahrir, do Cairo. De acordo com o canal de TV Dream Live, Qandil abandonou o local após o ataque.

O gabinete do premier afirma em um curto comunicado que o chefe de Governo teve que "enfrentar jovens e agitadores" durante uma visita à praça Tahrir. "Preferi evitar um confronto entre estas pessoas e a equipe de segurança", escreveu Qandil em sua página no Facebook.

Dezenas de opositores ao presidente islamita Mohamed Mursi estão acampados há meses na praça, centro nervoso da revolta popular que derrubou o ex-presidente Mubarak.
 

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