Ativistas turcos dizem que proposta de Erdogan sobre referendo é ilegal
Ativistas da praça Taksim, em Istambul, consideram ilegal e inadequada a proposta feita ontem pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan de organizar um referendo municipal sobre o futuro do parque Gezi, que desencadeou os protestos contra o governo, conforme afirmou hoje um porta-voz dos manifestantes.
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Tayfun Kahraman, do movimento Solidariedade Taksim, argumenta que já existe uma decisão judicial que suspendeu as obras no parque. No dia 31 de maio, um tribunal administrativo concedeu uma medida cautelar paralisando os trabalhos, enquanto juízes avaliam a legalidade do projeto urbanístico defendido pelo governo.
Os ativistas da praça Taksim lutam para evitar o corte de 600 árvores que dariam lugar a construções na área hoje ocupada pelo parque Gezi. Eles citam outro fator desfavorável ao referendo: a legislação turca só prevê esse tipo de consulta popular para reformas constitucionais. A proposta de Erdogan poderia ser interpretada, nesse caso, apenas como uma manobra para dispersar os manifestantes.
O ministro turco do Interior, Muammer Güler, disse hoje que a ocupação do parque Gezi deve terminar e a polícia está pronta para agir para restabelecer a ordem, se necessário. Centenas de opositores continuam, no entanto, acampados na área.
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