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Iraque/Guerra

Al-Maliki desiste de terceiro mandato e põe fim a gestão conturbada no Iraque

O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, anunciou nesta quinta-feira (14) que desistiu de tentar obter um terceiro mandato frente ao país, deixando a vaga aberta para Haidar al-Abadi e encerrando oito anos de um governo marcado por conflitos internos. Abandonado tanto por seus aliados americanos quanto iranianos, ele foi obrigado a renunciar. A decisão foi anunciada na televisão.

Nouri al-Maliki durante as eleições parlamentares do Iraque, em abril.
Nouri al-Maliki durante as eleições parlamentares do Iraque, em abril. REUTERS/Ahmed Jadallah/Files
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Tentando até o último minuto continuar no poder, al-Maliki havia rejeitado, na segunda-feira, a nomeação de seu sucessor, o membro de seu partido Haidar al-Abadi, e denunciou uma “violação da constituição” apoiada pelos Estados Unidos.

Discreto e com pouco carisma, o xiita de 63 anos saiu do ostracismo em 2006, depois de ter militado a partir do exílio contra o ex-presidente Saddam Hussein, deposto pelo povo durante a invasão americana do Iraque, em 2003. Ele dizia ter aceitado o cargo levado pelo senso do dever, mais do que por ambição política, mas acabou se tornando o dirigente a ficar mais tempo no comando do Iraque democrático.

Apesar de ter contado com apoio americano em 2006, acabou sendo bastante criticado pela Casa Branca nos últimos tempos, acusado de ter alimentado a ofensiva dos jihadistas sunitas, que começou em junho.

Mobilização ocidental

Os países ocidentais buscam agora a formação rápida de um governo de unidade, que faça frente ao Estado Islâmico, grupo que tenta criar um califado nos territórios sob seu controle no Curdistão Iraquiano. Desde o dia 8 de agosto, os Estados Unidos apoiam as forças iraquianas e curdas em sua luta contra os jihadistas, realizando bombardeios no norte do país.

Nesta quinta-feira, o presidente Barack Obama celebrou a bem sucedida operação para tomar o monte Sinjar, onde milhares de pessoas estava encurraladas pelo Estado Islâmico. Ele disse que a sede dos jihadistas no monte foi definitivamente neutralizada e que não serão mais necessárias operações para ajudar a população que estava naquela área. Obama advertiu, no entanto, que isso não significa o fim dos ataques aéreos.

Pelo lado europeu, a Alemanha anunciou que enviará nesta sexta-feira quatro aviões de transporte militar carregados de ajuda humanitária para apoiar os combatentes curdos em sua batalha contra os jihadistas. Na França, o presidente François Hollande conversou com o líder iraquiano Fouad Massoum na tarde de quinta e prometeu que a ajuda humanitária ao país será ampliada.

Hollande confirmou que o carregamento de armas anunciado pela França na quarta-feira deve chegar a qualquer momento para reforçar os efetivos curdos contra os jihadistas. O consulado francês em Erbil, capital da região do Curdistão, já teria registrado 8 mil pedidos de visto de iraquianos pedindo asilo, segundo um bispo que está apoiando a comunidade cristã perseguida pelo Estado Islâmico.

 

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