Vozinha: «Um jogo a eliminar é sempre diferente, mas Cabo Verde quer atingir os quartos»
A selecção cabo-verdiana defronta esta segunda-feira a Mauritânia num jogo a contar para os oitavos-de-final do Campeonato Africano das Nações de futebol.
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Do nosso enviado especial a Abidjan,
Na fase de eliminação directa, é o tudo ou nada. Cabo Verde mede forças com a Mauritânia no Estádio Félix Houphouet-Boigny, em Abidjan, em território marfinense. Os Tubarões Azuis têm o estatuto de favoritos.
Os cabo-verdianos terminaram no primeiro lugar no Grupo B com sete pontos, contabilizando dois triunfos, por 2-1 frente ao Gana e por 3-0 perante Moçambique, e um empate a duas bolas com o Egipto.
Os Tubarões Azuis terão pela frente a Mauritânia, equipa que acabou na terceira posição no grupo D com um triunfo por 1-0 frente à Argélia e com duas derrotas por 3-2 diante de Angola e por 1-0 perante o Burkina Faso.
De notar que Bubista, técnico cabo-verdiano, tem a particularidade de ter defrontado a Mauritânia na fase de apuramento para o CAN de 2004.
Nos dois encontros, Cabo Verde venceu em 2002 na Mauritânia por 0-2 e arrecadou mais um triunfo em 2003 por 3-0 num jogo que foi interrompido visto que a Mauritânia estava com seis jogadores dentro das quatro linhas após cinco expulsões.
Mais de 20 anos depois, a Mauritânia aparece novamente no caminho de Cabo Verde e de Bubista, num jogo que vai decorrer em Abidjan no Estádio Félix Houphouet-Boigny.
A RFI falou com Vozinha, guarda-redes cabo-verdiano de 37 anos, que actua no Trencin na Eslováquia, ele que já integrou o Batuque e o Mindelense em Cabo Verde, o Progresso do Sambizanga em Angola, o Zimbru na Moldávia, o Gil Vicente em Portugal e o AEL Limassol no Chipre.
Em declarações à RFI, Vozinha, internacional cabo-verdiano, afirmou que um jogo na fase de eliminação directa é diferente dos encontros da fase de grupos, e lembrou que Cabo Verde não quer repetir os oitavos de 2022 em que perdeu frente ao Senegal.
RFI: Como podemos antever o jogo dos oitavos?
Vozinha: Um jogo a eliminar é sempre diferente. Num jogo a eliminar, temos de ter muita cautela, tentar não cometer muitos erros, e esperar que o adversário cometa erros para podermos fazer golos e chegar à próxima fase.
RFI: Em 2022, Cabo Verde foi eliminado pelo Senegal e o Vozinha tinha sido expulso, isso ainda ficou na mente?
Vozinha: Já não está na cabeça, mas claro que marcou. Sabíamos que se estivéssemos a onze contra onze, poderíamos ter levado o jogo mais longe, prolongamento ou grandes penalidades. Aquilo já é passado, agora é olhar para a frente.
RFI: Frente ao Egipto, já estavam apurados, mas mesmo assim não perderam?
Vozinha: O mais importante foi dignificar o nosso nome e respeitar os outros adversários, porque podíamos estar na posição das outras equipas e a precisar de pontos. Mostrámos frente ao Egipto que não viemos aqui para passear. Viemos aqui para dar o máximo. Queríamos ganhar, não foi possível, mas estamos de parabéns.
RFI: Contra o Egipto, houve rotação na equipa e não mudou nada à qualidade de Cabo Verde?
Vozinha: Todos os jogadores que estão aqui têm qualidade, ficaram muitos jogadores de fora com também muita qualidade. Todos os jogadores estão aqui para dar o máximo, pouco importa quem o Mister (ndr: Bubista) escolher para o onze. Temos de continuar a trabalhar para chegarmos mais longe.
RFI: Quarta participação, é diferente para si este CAN?
Vozinha: Todas as participações têm um sabor especial. Esta pode ser a última, ou não. Estou aqui para trabalhar e para dar o máximo para Cabo Verde.
Vozinha, guarda-redes cabo-verdiano, 24/1/2022
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