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Burundi/Política

Novo presidente do Burundi toma posse e apela seus compatriotas ao diálogo

Evariste Ndayishimiye, tomou posse, nesta quinta-feira,  como  o  décimo presidente  da  história  do Burundi. No seu discurso de mais de sessenta minutos, o novo chefe de Estado burundês prestou homenagem ao seu antecessor, Pierre Nkurunziza, falecido recentemente, e apelou os seus compatriotas ao diálogo, sublinhando que uma das suas prioridades é asseguar a soberania do país. Ndayishimiye,criticou as ingerênciasestrangeiras no seu país, que segundo ele são responsáveis pelas crises políticas que afectaram o Burundi nos últimos anos.    ape

Évariste Ndayishimiye, quando prestava juramento no decurso da sua cerimónia de tomada de posse, em Gitega.a 18 de Junho de 2020.
Évariste Ndayishimiye, quando prestava juramento no decurso da sua cerimónia de tomada de posse, em Gitega.a 18 de Junho de 2020. Tchandrou NITANGA / AFP
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O presidente-eleito do Burundi, Évariste Ndayishimiye, tomou posse na quinta-feira, com  dois meses  de antecedência, devido à  morte  repentina  do  seu antecessor, Pierre Nkurunziza, de quem era o delfim.

A semelhança de Nkurunziza, o novo chefe de Estado burundês, embora  tenha apelado ao  diálogo  nacional,realçou que uma das suas prioridades é assegurar a independência e soberania do seu país.

Évariste Nadayishimiye criticou as interferências estrangeiras nos assuntos internos do Burundi , no decurso dos últimos anos, bem como  reprovou a atitude de alguns dos seus  compatriotas que  segundo ele pretendem defender o direito à liberdade de expressão, mas que na verdade estão ao serviço dos interesses  dos  "colonos". Este  último termo destina-se a caracterizar os ocidentais, que ele acusa de serem os responsáveis pelas crises  que afectaram o Burundi nos últimos tempos.  

01:12

Evariste Ndayishimiye, recém empossado presidente do Burundi

    

"Não tenham receio, porque eu sei o que nos espera.  Eu  tenciono reforçar a independência e a soberania do Burundi, a liberdade de todos os burundeses e proteger a sua dignidade.

Que a comunidade  internacional não se imiscua  mais nesse  género de  questões, como ela o faz habitualmente por  outras razões, porque essa é a minha  preocupação.

No seio dela, alguns desprezam o Burundi, espero que isso não volte a acontecer.

Há  burundeses que dizem lutar pelo direito a  liberdade  de  expressão, mas nós apercebemos-nos que na realidade eles defendem os  interesses dos colonos.

Vocês os conhecem  bem ... São  os mesmos que  quando fracassam refugiam-se nos  países dos seus mandatários  estrangeiros. Nós sabemos quem  são eles.

O  diálogo faz parte da cultura  dos burundeses.... que  nenhum estrangeiro tente  interferir mais uma vez no nosso diálogo, porque eles são responsáveis pelo que aconteceu".   

                   (Evariste Ndayishimiye)

Depois  de ter prestado juramento no estádio "Ingoma" de Gitega, capital administrativa do país, Évariste Ndayishimiye de 52 anos de idade, prometeu  continuar a via traçada por Pierre Nkurunziza, morto subitamente no dia 8  de Junho  aos  55 anos, depois de ter governado o Burundi durante 15 anos.

Oficialmente falecido com um ataque cardíaco, Nkurunziza,  segundo Ndayishimiye, a sua chegada ao poder em 2005, deparou com um país dividido pela guerra civil e  conseguiu restabelecer a unidade entre  os  burundeses.   

De acordo com o novo presidente do Burundi, o seu antigo mentor foi também o dirigente que consolidou a independência e a soberania do país  e voltou a dar ao Burundi o seu lugar no concerto das nações.

Évariste Ndayishimiye devia tomar posse a 20 de Agosto, data em que encerrava o mandato de Pierre Nkurunziza, mas o Tribunal Constitucional ordenou  que ele  assumisse as suas  funçéoes mais cedo, de forma a evitar um período de  incerteza, que de acordo com a citada instituição e o CNDD-FDD(Conselho Nacional para a Defesa da Democracia-Forçaspara Defesa da Democracia), partido no poder,  podia desestabilizar o Burundi.

A história do Burundi foi marcada nos últimos anos por várias crises políticas mortíferas e por uma longa guerra civil que durou de 1993 a 2006 e  resultou em 300.000 mortos.  

Segundo observadores, Ndayishimiye vai governar um país, dividido, empobrecido e traumatizado pela crise de 2015, que levou vários opositores burundeses a exilarem-se.  

 

   

   

 

 

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