Chade: Comunidade Internacional reage positivamente a acordo de paz
No Chade começam a chegar as reacções ao acordo de paz assinado na segunda-feira em Doha, no Catar, entre a junta militar e mais de 40 facções rebeldes. O texto, que prevê eleições e um diálogo inclusivo foi amplamente saudado internacionalmente.
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"Este é um momento chave para o povo chadiano", foram as palavras escolhidas pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, para felicitar o acordo de paz assinado ontem (8) em Doha, no Catar, entre o presidente da transição Mahamat Idriss Déby e mais de 40 facções rebeldes. O representante acrescentou que o diálogo nacional deve ser "inclusivo" para que se obtenha sucesso.
O chefe da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, disse que ambos os lados manteriam as suas promessas como "critério crucial" para construir confiança com o povo chadiano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse que o acordo visava estabelecer "uma paz que substitua os problemas e conflitos que o país conhece há muitos e longos anos".
Não obstante, nem todas as forças rebeldes aceitaram ratificar este documento.
O presidente Mahamat Idriss Déby prometeu um diálogo nacional a ser realizado na capital N'Djamena a 20 de Agosto, e eleições nos próximos meses. Porém, a discórdia de alguns grupos acabou por fracturar a mediação.
Quatro facções se recusaram a assinar este acordo, nomeadamente a Frente pela Alternância e Concórdia no Chade (FACT), responsável pela ofensiva que provocou a morte do ex-presidente e pai do acutal presidente, Idriss Déby Itno, em Abril de 2021.
Momentos antes da reunião com todas as facções e o governo de transição em Doha, no Catar, os quatro grupos disseram que só participariam do acordo, se o presidente interino Mahamat Idriss Déby admitisse publicamente que não seria candidato às eleições.
O líder rebateu dizendo que estes assuntos devem ser discutidos durante o diálogo nacional, enquanto o chefe da diplomacia da junta militar, Mahamat Zene Cherif insistiu que todos os grupos deveriam participar.
Quarenta e três dos 47 grupos que permaneceram no final da mediação assinaram o acordo para dar início ao processo de paz e estabilidade nacional.
O acordo também prevê um cessar-fogo imediato e uma lei de amnistia para os rebeldes condenados. Todas as partes concordariam desde já em avançar com o desarmamento, desmobilização e reinserção na vida pública.
Teoricamente, este acordo de paz deveria desbloquear o impasse político que já dura há cinco meses.
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