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Níger

Níger: Hassoumi Massoudou exige libertação de Bazoum e não quer ouvir falar de transição

A CEDEAO condenou a vontade do Conselho Nacional para Salvaguardar a Pátria (CNSP) no Níger de julgar o Presidente Bazoum por “alta traição”. Para a CEDEAO essas declarações são uma provocação da junta militar. Em Abuja, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Níger, Hassoumi Massoudou, exigiu a libertação de Bazoum.

Hassoumi Massoudou, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Níger.
Hassoumi Massoudou, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Níger. © RFI
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O Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Níger, Hassoumi Massoudou, foi o convidado de Liza Fabbian e de Cyril Payen numa entrevista em conjunto entre a RFI e o canal televisivo France 24. Em Abuja, em exílio na Nigéria, Hassoumi Massoudou afirmou que uma intervenção militar no Níger a CEDEAO ainda “está na agenda, e que não seria uma “guerra contra o Níger”.

O ministro em exílio está preocupado com a degradação da situação securitária no Níger e lembrou que as negociações iniciadas com o regime militar “não deram nada”. Na entrevista, Hassoumi Massoudou concedeu que tudo poderá ser negociável uma vez que o Presidente Bazoum “for libertado e também reinstalado nas suas funções”.

No entanto, o político excluiu qualquer transição no país porque isso “seria aceitar o golpe de Estado” no Níger.

«Se o Presidente Bazoum for libertado e também restabelecido nas suas funções, tudo é negociável. Obviamente, não está incluído no mandato da CEDEAO falar de transição, porque isso seria aceitar o golpe de Estado. Não queremos voltar aos anos 70. É o golpe de Estado a mais. Esses tipos de reviravoltas permitiram aceitar o que se passou noutros países. A CEDEAO, e os chefes de Estado, eu ouvi o que eles disseram, eles estavam muito agastados, não estão dispostos a aceitar que a lei das armas seja superior à lei das urnas. Eles não estão dispostos a voltar aos anos 70», frisou o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Níger.

No terreno, a situação está tensa na fronteira entre o Níger e o Benim. Devido às sanções impostas pela CEDEAO, cerca de 6 mil motoristas não podem trabalhar e cerca de 1 500 camiões estão bloqueados visto que querem passar a fronteira, tanto num sentido como no outro.

Em declarações à RFI, Daouda Bamba, secretário-geral da União dos motoristas da África do Oeste, afirmou que as perdas são de cerca demil milhões de francos CFA que não vão ser reembolsados nem pela CEDEAO, nem pela Comunidade Internacional, nem por nenhum país”, e realçou que os que sofrem mais são os motoristas que “não são pagos enquanto não entregaram as mercadorias que transportam”.

CEDEAO, nova reunião no Gana

Os chefes de Estado-Maior da CEDEAO vão se reunir na quinta e na sexta-feira no Gana para evocar uma intervenção militar no Níger, segundo um porta-voz da organização. Essa reunião deveria ter tido lugar no sábado mas foi adiada. Recorde-se que a CEDEAO activou a força de intervenção de reserva para restabelecer nas suas funções o Presidente Mohamed Bazoum, que foi detido após o golpe de Estado militar de 26 de Julho.

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