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Líbia

Líbia: operações de socorro dificultadas por tensões políticas

Depois da tempestade que matou cerca de 5.000 pessoas, as organizações internacionais receiam um balanço muito maior. O estado degradado das infraestruturas deste país governado por duas facções rivais explica a violência dos danos materiais e humanos, e tem dificultado as operações de socorro.

Inundações após chuvas torrenciais deixam mais de 5 000 mortos na Líbia.
Inundações após chuvas torrenciais deixam mais de 5 000 mortos na Líbia. REUTERS - STRINGER
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Cerca de 10 000 pessoas estão desaparecidas, alertou um responsável da Federação Internacional das sociedades da Cruz Vermelha. Já foram confirmadas 5 200 mortes pelas autoridades locais e a Organização Internacional para as Migrações (IOM, na sigla em inglês) antevê cerca de 30 000 deslocados.

O balanço é ainda provisório e poderá agravar-se, na sequência da tempestade Daniel, que na noite de domingo 10 para segunda-feira 11 de Setembro atingiu  a costa oriental da Líbia. A respectiva metrópole Benghazi foi atingida e, depois, Derna, destruíndo cerca de um quarto da superfície desta cidade costeira, segundo as autoridades locais. 

O elevado número de mortos não se explica apenas pela intensidade da tempestade, mas também pela ruptura de duas barragens, provocando enormes torrentes de água que destruíram bairros inteiros da cidade de Derna. As condições degradadas das infraestruturas e a falta de alertas para evacuação contribuiram para a dimensão dos danos, segundo os especialistas. 

Operações de socorro dificultadas pelo caos político

As operações de socorro têm sido dificultadas pelas divisões políticas neste país que conta com dois governos rivais: um deles oficialmente reconhecido pela comunidade internacional em Tripoli e o outro sediado em Benghazi.

A maior parte das zonas afectadas pelo mau tempo situam-se no leste da Líbia, controlado pelo governo de Benghazi, não reconhecido internacionalmente.

Estradas cortadas, deslizamentos de terra e inundações impediram os socorristas de chegar rapidamente à população, que teve de improvisar com meios rudimentares para recuperar os corpos e enterrar dezenas de cadáveres em valas comuns, como foi visto em imagens veiculadas nas redes sociais.

Até terça-feira, a cidade de Derna contava apenas com duas entradas operacionais, obrigando os veículos a realizar desvios por outras localidades. 

A Turquia, a Argélia, o Egipto, o Irão, os Estados Unidos, a França e a Itália, entre outros, prometeram enviar meios e fundos para ajudar nas operações de resgate e de reconstrução das zonas afectadas. 

A Líbia está mergulhada num caos político, social e económico desde a morte do ex-dirigente Muamar Kadafi em 2011, tendo sofrido duas guerras civis desde então entre diferentes grupos armados.

Na semana passada, a mesma tempestade passou pela Grécia onde matou 18 pessoas. 

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