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Angola/Cabinda

Cabinda: Autoridades impedem conferência sobre a paz

Em Cabinda as autoridades impediram a realização hoje de uma conferência sobre a paz. Alexandre Cuanga, presidente da Associação Desenvolvimento, cultura e direitos humanos alega que a guerra continua no enclave e contesta as razões legais para impedir a realização deste fórum que poderia vir a realizar-se no próximo sábado sob a égide da organização Omunga.

Alexandre Cuanga Nsito, presidente da ADCDH em Cabinda.
Alexandre Cuanga Nsito, presidente da ADCDH em Cabinda. © Cortesia de Alexandre Cuanga Nsito
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Alexandre Cuanga foi convocado nesta sexta-feira durante duas horas na Polícia. Em causa estaria o facto de não estar concluída a legalização da sua organização, a ADCDH, Associação Desenvolvimento, cultura e direitos humanos, .

Este foi o pretexto utilizado pelas autoridades para se oporem à realização de uma conferência sobre a paz no enclave, onde recentemente voltaram a vir a público registo de incidentes violentos entre os independentistas da FLEC FAC e o exército angolano.

No entanto durante a recente visita ao território do presidente angolano, João Lourenço, as autoridades fizeram questão em vincar que o território, administrado por Angola desde a descolonização portuguesa, vivia em paz.

No entanto Alexandre Cuanga alega que o fórum poderá ocorrer no próximo sábado, desta feita sob os auspícios da organização Omunga, que esta tem o processo de legalização concluído.

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Alexandre Cuanga, presidente da associação ADCDH em Cabinda, 7/5/2022

"Desde 2016 remetemos o nosso processo da legalização. Passaram 3 meses, o que é o prazo limite para a entidade responder... Não nos responderam !  Mais 3 meses, não responderam. Assim entendemos levar o processo junto da Secretaria do Estado da Justiça e Direitos Humanos, do senhor Bento Bembe. No entanto também não nos responderam. E nós entendemos realizar as nossas actividades, ao nível da associação cá na província. "

O dirigente associativo em Cabinda confirma as notícias da guerrilha independentista das FLEC FAC dando conta de confrontos sangrentos no enclave, com o exército angolano, não obstante os desmentidos de Luanda.

"No dia 11 de Abril, que é o mês da paz para Angola, houve ataque e confronto na aldeia de de Kissumbo, município de Belize. Morreram 11 militares das FAA [Forças armadas angolanas] e uma senhora, um civil." "

Alexandre Cuanga alega que, para se ultrapassar o diferendo actual, e a suposta falta de personalide jurídica do seu organismo, remetem a respectiva organização, para a semanan, para a entidade co-organizadora, a associação Omunga.

"Nós entendemos transferir a organização dessa actividade para a Omunga para o próximo sábado. Para também apelar às autoridades policiais, administrativas e políticas para que saibam que mesmo é necessária a liberdade !"

De realçar que a conferência contava com convidados oriundos da sociedade civil como o Padre Epalanga, William Tonet, da Folha 8, o Reverendo Ntony Ginga ou ainda Rafael Morais, coordenador da associação SOS Habitat.

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