Acesso ao principal conteúdo
Angola

Pessoas presas durante marcha em Luanda foram levadas para localidades distantes

12 pessoas ao todo foram detidas no sábado durante uma manifestação em Luanda cujo intuito era reclamar a libertação de activistas considerados "presos políticos". Os manifestantes presos acabaram por ser soltos no próprio dia em lugares distantes da sua zona de residência, em bairros afastados da capital ou até mesmo na vizinha província do Bengo, a 60 quilómetros de Luanda, sem os seus telemóveis, conforme disse à RFI o activista e organizador da marcha de sábado, Osvaldo Kaholo.

A manifestação tinha como local de concentração o largo das Heroínas e como destino final o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.
A manifestação tinha como local de concentração o largo das Heroínas e como destino final o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. © AFP
Publicidade

"A polícia levou os manifestantes quase até à província do Kwanza Norte, queria deixá-los lá. Houve alguns activistas que preferiam morrer do que serem deixados em localidades distantes no mato. Então, os agentes, fruto da pressão dos manifestantes, acabaram deixando manifestantes aqui na cidade de Luanda", começa por relatar o activista.

"Foram levados para o Bengo, passaram a extremidade de Catete. No carro do Bengo, estava Adolfo Campos, estava o 'Angola Chora' , Laurinda (Gouveia) e outras pessoas" refere Osvaldo Kaholo que ao indicar que todos já conseguiram regressar às suas casas, refere que as autoridades ficaram com alguns dos seus pertences, nomeadamente os seus telemóveis. "A polícia rouba os telemóveis dos activistas. Então, os activistas neste momento estão a rever a situação dos seus meios".

Perante a repressão da sua marcha de sábado que acabou por não ser autorizada pelo governo da Província de Luanda, Osvaldo Kaholo refere que haverá outras iniciativas. "O que ocorreu no sábado foi um ciclo de manifestações que devem culminar com a libertação dos presos políticos. É a primeira manifestação. Vai-se dar esta iniciativa porque é nas ruas que o MPLA (no poder) talvez vai ouvir", sublinha o activista para quem "a maior causa de morte em Angola, não é a malária como apontam os relatórios. A maior causa de morte em Angola é o silêncio ou a cobardia", pelo que "este povo deve-se levantar para dar fim a isso", conclui o militante dos Direitos Humanos.

Recorde-se que a marcha reprimida no sábado tinha por objectivo reclamar o fim da perseguição das zungueiras e também a libertação de activistas que qualificam de "presos políticos". Os organizadores da marcha pretendem nomeadamente obter a liberdade para os activistas 'Tanaice Neutro' ou ainda 'Luther Campos', detidos há um ano designadamente sob a acusação de ultraje ao Estado. Também pretendem chamar a atenção para a situação do sacerdote José Kalupeteca, detido desde 2016, e do líder do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, José Domingos Mateus, preso desde o início de 2021.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.