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Egito/Diplomacia

Presidente do Egito quer Irã mais perto e revisão de acordo com Israel

O presidente eleito do Egito, Mohamed Mursi, da organização islâmica Irmandade Muçulmana, anunciou à agência de imprensa iraniana Fars sua intenção de melhorar as relações de seu país com o Irã, a fim de criar um equilíbrio estratégico na região. As relações diplomáticas entre os dois países estão rompidas há mais de 30 anos, mas eles iniciaram uma aproximação desde a queda do ex-ditador Hosni Mubarak no ano passado.

O novo presidente do Egito, Mohammed Mursi, em seu primeiro pronunciamento na TV, neste domingo, no Cairo.
O novo presidente do Egito, Mohammed Mursi, em seu primeiro pronunciamento na TV, neste domingo, no Cairo. REUTERS/Egypt TV via REUTERS TV
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Com colaboração de Daniela Kresch, de Tel Aviv, para a Rádio França Internacional,

Mohamed Mursi também disse que pretende rever os acordos de paz entre Israel e Egito, em vigor desde 1979. "Nossa política em relação a Israel seraábaseada na igualdade, porque não somos inferiores a eles", disse o presidente eleito. 

Desde a confirmação da vitória de Mursi, neste domingo, os ocidentais comemoraram com prudência o processo democrático que levou à eleição de um candidato islâmico e enfatizaram que a prioridade é a estabilidade do Egito.

Em Israel, a eleição de Mohamed Morsi causa tensões, já que a Irmandade Muçulmana é vista como uma potencial ameaça à estabilidade na região.

01:19

Ouça o relato da correspondente Daniela Kresh em Tel Aviv:

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, hesitou em congratular o presidente eleito do Egito Mohammed Mursi, representante da Irmandade Muçulmana.

Mas, apesar da apreensão, acabou emitindo um comunicado educado, afirmando “apreciar o processo democrático no Egito e respeitar os resultados” do pleito.

Na nota, Netanyahu também disse que Israel está “ansioso em continuar a cooperar com o governo egípcio com base no acordo de paz entre os dois países”. O Acordo de Camp David, que selou a paz entre Israel e Egito, foi firmado há 33 anos e era defendido ativamente pelo ex-presidente egípcio Hosni Mubarak.

A Irmandade Muçulmana é encarada por Israel como uma potencial ameaça. A organização inspirou a criação do grupo islâmico palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza há 5 anos e se recusa a reconhecer a existência do Estado Judeu, usando a luta armada contra o país.

Israel espera que Mursi não siga o mesmo caminho, bem como os americanos, que condicionam a ajuda financeira ao país à continuidade do acordo de Camp David.

Já na Faixa de Gaza, o domingo foi de celebração, com o Hamas distribuindo doces nas ruas em comemoração. O líder do grupo islâmico, Ismail Hanyieh, disse esperar que o Egito adote uma postura “histórica” quanto à causa do Hamas, ajudando os palestinos a “conseguir a liberdade”.

O porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, Saeb Erekat, também analisou a vitória de Mursi como uma prova de que “a causa palestina é prioridade para o povo egípcio”.

Mas tanto Erekat quanto Abbas sabem que o resultado no Egito fortalece o Hamas frente ao partido moderado Fatah, que disputa com o grupo islâmico a liderança dos palestinos.

 

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