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Economia/Aviação

Tragédias aéreas provocam demissões em massa na Malaysia Airlines

Pelo menos 186 funcionários que faziam os serviços de bordo nos voos da Malaysia Airlines já deixaram a companhia aérea, anunciou neste terça-feira (26) a direção da empresa, que foi atingida por duas grandes catástrofes aéreas este ano. Pressão dos familiares e temor pela própria segurança são os principais motivos alegados pelos empregados na hora de pedir desligamento da companhia.

Frota dos aviões da Malaysia Airlines no aeroporto de Kuala Lumpur, 21 de julho de 2014.
Frota dos aviões da Malaysia Airlines no aeroporto de Kuala Lumpur, 21 de julho de 2014. REUTERS/Edgar Su
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A Malaysia Airlines sempre teve uma boa reputação em matéria de segurança aérea, mas, após duas grandes tragédias, ficou com sua imagem profundamente abalada até entre os próprios funcionários. A primeira foi o desaparecimento de um Boeing da empresa que fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, no dia 8 de março. O voo MH370 sumiu misteriosamente dos radares com 239 pessoas a bordo, e até hoje o aparelho e as vítimas não foram encontrados.

Outro avião, com 298 pessoas a bordo, foi abatido por um míssil no dia 17 de julho, quando sobrevoava uma região da Ucrânia controlada por separatistas pró-russos. Não houve sobreviventes do voo MH 17, que saiu de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur.

A companhia aérea explicou que os 186 funcionários de bordo deixaram a empresa nos sete primeiros meses deste ano. A maioria deles alegou pressões dos familiares que ficaram muito assustados e temerosos, após as tragédias recentes com voos da Malaysia Airlines.

"Depois do incidente do MH 17, os pedidos de demissão do pessoal de cabine atingiram um pico, mas agora já diminuíram e voltaram a registrar níveis aceitáveis e rotineiros", indicou a companhia em um comunicado. "Muitos deles alegaram pressões dos familiares como motivo da demissão", completou a Malaysia Airlines.

Medo de voar após as catástrofes

Em um entrevista concedida na segunda-feira (25) ao jornal Edge Financial Daily, o secretário-geral do sindicato dos trabalhadores da empresa, Abdul Malek Ariff, afirmou que os comissários de bordo e aeromoças "têm agora medo de voar".

O pessoal de cabine está trabalhando até 12 horas por dia para compensar a falta de pessoal, comentou o representante do sindicato, que reúne mais de 8 mil funcionários dos 19,5 mil que fazem parte da companhia aérea. A Malaysia Airlines anunciou que vai oferecer acompanhamento psicológico aos seus empregados.

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