Acesso ao principal conteúdo
França

Assembleia francesa debate acolhimento de refugiados

Esta quarta-feira os deputados debatem o acolhimento de refugiados em França. O país deveria acolher, em dois anos, 24 mil dos centenas de milhares que chegam à Europa. Na Assembleia Nacional o debate polariza a vida política francesa, opondo a esquerda e a direita. . 

Assembleia Nacional, em Paris
Assembleia Nacional, em Paris REUTERS/Gonzalo Fuentes
Publicidade

Para o porta-voz do partido socialista, Olivier Faure, este debate pretende responsabilizar cada grupo parlamentar, obrigando-os a apresentar uma posição clara nesta matéria. " Não ter um discurso que nos torna inaudíveis no exterior, cheio de improvisações, tendo em conta o período eleitoral, discurso esse que pode por em causa a coesão republicana".

O acolhimento de refugiados volta a por frente a frente a esquerda e a direita francesa. Para a esquerda a mensagem é clara, a França tem meios para abrir largamente os braços. Em entrevista à RFI, a ecologista francesa Noel Mamère afirmou que o país tem por tradição integrar os refugiados.  " Talvez seja necessário relembrar que a França, no dia a seguir ao genocídio arménio em 1920, foi capaz de acolher 100 mil arménios. E isso não significou a desintegração do país".

Uma mensagem dirigida ao partido de extrema-direita Frente Nacional e a uma parte da direita republicana. Mas mesmo entre os mais moderados, fala-se das capacidades limitadas para o país acolher. Uma opinião defendida pelo deputado dos Republicanos, Bruno Lemaire: " Deixar entender que nós poderemos acolher todos os refugiados sírios, quando nós não temos capacidade de acolhimento, um tecto para lhes oferecer, nem educação, nem empregos, parece-me irresponsável".

Este argumento é também defendido pelo ex-chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy que defende ainda " um estatuto de refugiado de guerra que regressaria ao país de origem no fim do conflito".

O primeiro-ministro francês afirmou que "não hesitará" em repor o controlo nas fronteiras, devido à crise dos refugiados. Manuel Valls afirmou poder seguir os passos da Alemanha, que fechou a fronteira no domingo, "mas só caso seja necessário".

Esta tarde foram, uma vez mais, registados momentos de tensão na Hungria; onde dezenas de migrantes conseguiram entrar no país a partir da Sérvia. Depois da polícia ter feito frente a dezenas de migrantes que se encontravam junto da fronteira com a Sérvia, usando gás lacrimogéneo, gás pimenta e canhões de água.

O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, defende que "a Europa precisa de tomar medidas que envolvam os países todos" no que toca ao acolhimento dos refugiados.

01:05

Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.