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Estados Unidos

Estados Unidos : Amazon proíbe a polícia de utilizar o seu sistema de identificação facial

Colocado sob pressão pela opinião pública, o gigante americano do comércio online Amazon anunciou ontem que proíbe durante um ano a polícia de utilizar o seu sistema de identificação facial «Rekognition», numa altura em que o país tem sido palco nos últimos dias de manifestações contra os abusos das forças da ordem e contra o racismo, na sequência da onda de choque provocada pela morte no 25 de Maio de Georges Floyd, afro-americano de 46 anos, asfixiado por um polícia branco em Mineápolis.

Numa petição colocada em linha nestes dias, a Amazon foi acusada de «alimentar e de se aproveitar da injustiça sistémica, das desigualdades e das violências contra as comunidades afro-americanas».
Numa petição colocada em linha nestes dias, a Amazon foi acusada de «alimentar e de se aproveitar da injustiça sistémica, das desigualdades e das violências contra as comunidades afro-americanas». © AFP/Arquivo
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«Advogamos uma regulamentação mais restritiva por parte do governo relativamente ao recurso ético às tecnologias de identificação facial e o Congresso parece estar disposto a aceitar o desafio», indicou em comunicado a Amazon que ontem, na senda de uma decisão semelhante anunciada no início da semana pela firma informática IBM, acabou por responder às chamadas de atenção neste sentido por parte de organizações da sociedade civil.

Nos últimos dois anos, varias vozes, nomeadamente a American Civil Liberties Union (ACLU) têm exortado a Amazon a deixar de fornecer programas de identificação facial à polícia, aplicações que geralmente servem para autenticar os utentes de telemóveis e os pagamentos em linha mas que têm sido sobretudo usados pela polícia americana para reconhecer indivíduos no âmbito designadamente de manifestações.

Perante esta situação e num momento em que o país conhece protestos sem precedentes para reclamar a igualdade de direitos, as associações americanas de luta contra o racismo tinham colocado em linha nestes dias um abaixo-assinado exigindo que a Amazon ponha fim à sua colaboração com as forças da ordem, a firma tendo sido acusada de «alimentar e de se aproveitar da injustiça sistémica, das desigualdades e das violências contra as comunidades afro-americanas».

Há dois anos, a empresa do magnata Jeff Bezos já tinha implicitamente reconhecido que a aplicação «Rekognition» podia ocasionar abusos. Ao admitir que este programa podia ser «mal utilizado», a Amazon tinha garantido que eram fornecidas indicações aos seus clientes sobre a «sua correcta utilização».

Ao anunciar ontem a moratória sobre este programa, o gigante da internet especificou que esta medida não seria aplicada às organizações que utilizam «Rekognition» para resgatar crianças desaparecidas ou vítimas de tráfico de seres humanos.

 

 

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