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Estados Unidos

Estados Unidos: a longa espera pelos resultados eleitorais

Os Estados Unidos continuam na incerteza, um dia depois daquelas que são desde já consideradas as eleições mais renhidas da sua História recente. De acordo com os dados que já puderam ser divulgados, o candidato democrata Joe Biden está com um ligeiro avanço em relação ao seu adversário, o Presidente cessante Donald Trump. Apesar de tudo permanecer em aberto e de as contagens ainda continuarem em certos Estados, Trump reclama a vitória.

Candidato democrata Joe Biden (à esquerda) e candidato republicano Donald Trump (à direita), durante as suas respectivas declarações de ontem à noite aos seus apoiantes.
Candidato democrata Joe Biden (à esquerda) e candidato republicano Donald Trump (à direita), durante as suas respectivas declarações de ontem à noite aos seus apoiantes. AFP - ANGELA WEISS,MANDEL NGAN
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Até ao final da tarde, de acordo com dados oficiais, Joe Biden tinha conseguido alcançar 227 grandes eleitores, enquanto o seu adversário republicano, Donald Trump tinha obtido 213. Sem surpresas, Donald Trump alcançou a vitória na Florida e no Texas. Já Biden ganhou na Califórnia bem como no Estado de Nova Iorque.

Segundo o sistema eleitoral americano, para sair vitorioso, é preciso um candidato alcançar pelo menos 270 grandes eleitores sobre um colégio que contabiliza 538 membros. Na maioria dos Estados, quem alcança a maioria dos votos, ganha a totalidade dos seus grandes eleitores. Única excepção nesse quadro, os Estados do Nebraska e do Maine que atribuem os assentos de forma proporcional. Até ao momento, neste ultimo Estado, Trump ganhou 4 em 5 grandes eleitores. Já no Maine, é Biden que está a frente com pelo menos 3 sobre 4 assentos de grandes eleitores.

Entre os Estados onde as contagens ainda não terminaram figuram o Nevada, o Arizona, Michigan, Pennsylvania, a Carolina do norte, a Georgia e o Alaska. No Wisconsin, onde praticamente se terminou a contagem dos boletins, Biden está com um ligeiro avanço de 49,4% frente ao seu rival que recolhe 48,8% dos votos. Argumento considerado suficiente para a equipa de campanha de Trump anunciar que vai pedir uma nova contagem dos sufrágios. "Houve indicações de irregularidades em vários municípios do Wisconsin, o que levanta sérias dúvidas sobre a validade dos resultados", escreveu em comunicado Bill Stepien, director de campanha do presidente cessante.

Já antes, Donald Trump que multiplicou os tweets colocando em causa a validade do processo eleitoral, falando no aparecimento de "eleitores fantasmas", tinha declarado ontem à noite que iria apresentar recurso junto do Supremo Tribunal, no intuito de interromper este processo "marcado por fraudes". Em resposta, Bon Bauer, conselheiro da candidatura de Joe Biden, declarou que Donald Trump poderia estar a expor-se a uma "derrota embaraçosa" se ele recorrer ao Supremo antes mesmo do fim da contagem dos votos.

Enquanto ainda se espera pela comunicação de mais resultados até ao final do dia, aumenta a expectativa no seio da população americana. Em Washington, Manuela Ernesto Pinto, estudante angolana na área das ciências politicas, dá conta de um clima de divisão e de receio perante eventuais desacatos depois de serem conhecidos os resultados eleitorais.

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Manuela Ernesto Pinto, estudante angolana em ciências politicas em Washington

Também a nível da comunidade internacional, o processo eleitoral americano está a ser atentamente seguido. No Reino unido nomeadamente, um porta-voz do chefe do governo mostrou-se seguro de que os elos entre o Reino Unido e os Estados Unidos "vão reforçar-se, seja quem for o vencedor da eleição". Do lado de Berlim, o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, apelou os responsáveis americanos a "confiar no processo eleitoral". Noutro ponto do globo, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro não escondeu a sua preferência e disse "esperar que Trump seja reeleito".

 

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