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Iémen

Riade bombardeia posições rebeldes no Iémen depois destes últimos anunciarem trégua

Riade indicou que a coligação militar que lidera no Iémen bombardeou na noite de ontem para hoje zonas controladas pelos rebeldes Hutis depois de estes últimos anunciarem este sábado uma trégua unilateral de três dias, logo após terem conduzido uma série de ataques na sexta-feira contra a Arábia Saudita.

Combatentes iemenitas e Hutis avaliam os danos causados ​​pelos ataques aéreos efectuados pela coligação liderada pela Arábia Saudita contra Sanaa, a capital do Iémen, neste 26 de Março de 2022.
Combatentes iemenitas e Hutis avaliam os danos causados ​​pelos ataques aéreos efectuados pela coligação liderada pela Arábia Saudita contra Sanaa, a capital do Iémen, neste 26 de Março de 2022. AFP - MOHAMMED HUWAIS
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O Iémen é palco de uma guerra há mais de 7 anos entre, por um lado, o governo central apoiado pelos países da região e nomeadamente a Arábia Saudita e, do outro lado, os rebeldes Hutis que controlam vastas zonas do país e beneficiam do apoio do Irão, o grande rival regional de Riade.

Este sábado à noite, a coligação regional anunciou ter "lançado ataques aéreos nos campos (militares) e áreas estratégicas dos rebeldes Hutis em Sanaa", a capital nas mãos dos rebeldes desde 2014, não havendo informações sobre eventuais vítimas.

Na sequência dos ataques rebeldes na sexta-feira contra posições na Arábia Saudita, a coligação intensificou os ataques em áreas controladas pelos Hutis, incluindo Sanaa, no norte do país, e a região sul de Hodeidah no oeste.

Apesar disso, os rebeldes anunciaram um cessar-fogo unilateral de três dias, Mahdi al-Mashat, alto dirigente Huti esclarecendo que esta trégua poderia tornar-se "permanente" se a Arábia Saudita decidisse suspender o "bloqueio" ao Iémen, cessar os seus ataques aéreos e retirar as "forças estrangeiras" do país, estas declarações não tendo suscitado nenhuma reacção de Riade até ao momento.

Neste domingo, ao reiterar o seu apelo para o fim da escalada do conflito, o gabinete do emissário da ONU para o Iémen, Hans Grundberg, anunciou que "continua a envidar esforços para alcançar uma trégua durante o Ramadão", o tradicional mês de jejum muçulmano que deve começar dentro de alguns dias.

Ontem, no mesmo sentido, ao condenar igualmente estes últimos episódios de violência, António Guterres, secretário-geral da ONU, denunciou tanto "os ataques aéreos efectuados pelos Hutis na sexta-feira" como "os ataques aéreos da coligação que vieram a seguir em Sanaa".

De acordo com a ONU, em mais de 7 anos de conflito, com quase 380.000 mortos e milhões de deslocados, a situação vivenciada pelo Iémen é uma das piores tragédias humanitárias do mundo, boa parte da população daquele país enfrentando uma insegurança alimentar aguda, senão mesmo a fome.

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