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Irão

Irão: Crise política e económica marcam legislativas

Os iranianos são chamados às urnas nesta sexta-feira, 1 de Março, para eleger um novo parlamento e renovar a Assembleia de Peritos. A eleição acontece numa altura em que a população do país se depara com uma economia em dificuldades, uma crescente desconfiança política e um movimento de protesto reprimido.

O líder supremo Ali Khamenei pediu hoje aos iranianos que votem nas legislativas para "decepcionar os inimigos".
O líder supremo Ali Khamenei pediu hoje aos iranianos que votem nas legislativas para "decepcionar os inimigos". AP
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Dezenas de militantes anti-poder foram detidos pelas autoridades iranianas, nas vésperas das eleições para eleger um novo parlamento e renovar a Assembleia de Peritos.

Nos últimos dias multiplicaram-se os apelos ao boicote deste escrutínio, de acordo com o serviço persa da BBC, mais de 300 personalidades dos meios político, cultural e social assinaram uma declaração onde afirmam que não vão participar nesta eleição que consideram ser mais uma encenação do regime.

Cerca de 15.000 candidatos, incluindo uma pequena minoria de mulheres, estão a disputar um lugar no parlamento de 290 membros. Para além disto, 144 estão a concorrer aos 88 lugares da Assembleia de Peritos, que tem o poder de nomear o Líder Supremo, a mais alta autoridade política do Irão. Ayatollah Khamenei, tem 84 anos e, por isso, a próxima Assembleia pode vir a eleger o sucessor, uma vez que o mandato é de oito anos.

O líder supremo Ali Khamenei pediu hoje aos iranianos que votem nas legislativas para "decepcionar os inimigos". Todavia, o processo eleitoral está a ser marcado por uma certa indiferença e apatia do eleitorado, devido à má situação económica do país, à desqualificação de numerosos candidatos reformistas e ao descontentamento político, acentuado pelos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, depois de ter sido detida por não usar corretamente o véu islâmico.

Uma última sondagem publicada pela televisão estatal iraniana indicou que 41% dos entrevistados iriam "sem dúvida" participar no escrutínio. Nas últimas eleições legislativas, em 2020, apenas compareceram 42,57% dos eleitores, a taxa mais baixa desde a proclamação da República Islâmica em 1979, segundo dados oficiais.

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