Países Baixos: extrema-direita não consegue formar Governo
O líder de extrema-direita Geert Wilders desiste da chefia do Governo nos Países Baixos. Em causa a falta de apoio dos partidos com os quais tentou formar uma coligação.
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Quase quatro meses após a vitória eleitoral da extrema-direita nas legislativas, Geert Wilders desiste de chefiar o executivo neerlandês. O político islamofóbico não conseguiu o apoio dos partidos com os quais tentava uma coligação.
No início desta semana, esteve em negociações com os líderes do Partido Popular para a Liberdade e a Democracia, de centro-direita, do populista Movimento dos Cidadãos Agricultores e do centrista Novo Contrato Social.
Geert Wilders falou num “resultado injusto e antidemocrático”, reconhecendo que que para chefiar o executivo é necessário “o apoio de todos os partidos, o que não foi o caso”.
Ik kan alleen premier worden als ALLE partijen in de coalitie dat steunen. Dat was niet zo.
Ik wil graag een rechts kabinet. Minder asiel en immigratie. Nederlanders op 1.
De liefde voor mijn land en kiezer is groot en belangrijker dan mijn eigen positie.
Ik hou van NL ❤️
— Geert Wilders (@geertwilderspvv) March 13, 2024
O anúncio surge depois de alguns órgãos de comunicação terem avançado que as negociações estavam no bom caminho e que poderiam levar à formação de um Governo de tecnocratas que Geert Wilders não seria capaz de liderar.
O último Governo de “tecnocratas” nos Países Baixos data de 1918, mas o conceito é familiar a outros países europeus, nomeadamente à Itália.
Em Novembro do anos passado, Geert Wilders surpreendeu os Países Baixos e o resto da Europa ao obter uma grande vitória nas eleições legislativas legislativas, com um discurso antieuropeu e islamofóbico.
Todavia, num sistema político altamente fragmentado, onde nenhum partido é suficientemente forte para governar sozinho, o anúncio dos resultados anunciava longos meses de negociações. A composição do próximo governo holandês continua por determinar, mas espera-se que Geert Wilders proponha um primeiro-ministro para substituir Mark Rutte.
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