Acesso ao principal conteúdo
RDC

ONU acusa M23 de cometer crimes no leste da RDC

Uma investigação preliminar da ONU acusa o grupo rebelde M23 de ter executado 131 civis e de ter cometido violações nas aldeias de Kishishe e Bambo, no leste da RDC, em retaliação aos confrontos com grupos armados.

Uma investigação preliminar da ONU acusa o grupo rebelde M23 de ter executado 131 civis e de ter cometido violações nas aldeias de Kishishe e Bambo, no leste da RDC, em retaliação aos confrontos com grupos armados.
Uma investigação preliminar da ONU acusa o grupo rebelde M23 de ter executado 131 civis e de ter cometido violações nas aldeias de Kishishe e Bambo, no leste da RDC, em retaliação aos confrontos com grupos armados. © REUTERS - James Akena
Publicidade

De acordo com o relatório preliminar das Nações Unidas, divulgado esta madrugada, 8 de Dezembro, o M23 é acusado de ter executado 131 civis e de ter cometido violações e pilhagens, entre os dias 23 e 30 de Novembro, nas aldeias de Kishishe e Bambo, no leste da RDC, em retaliação aos confrontos com grupos armados.

Esta semana, as autoridades de Kinshasa apontavam para um balanço de 300 mortos na aldeia de Kishishe, na província do Kivu-Norte, números desmentidos pelo grupo rebelde que falava em 8 mortos, vítimas de balas perdidas durante dos confrontos.

A investigação da ONU baseia-se na recolha de testemunhos de funcionários da missão das Nações Unidas na Republica Democrática do Congo-Monusco- estacionados nas aldeias de Kishishe e Bambo.

A Monusco afirmou que os peritos não se deslocaram nem a Kishishe, nem a Bambo por questões de segurança, sublinhado que a aldeia de Kishishe permanece nas mãos do grupo rebelde.

No comunicado de imprensa, a Monusco refere que a investigação preliminar indicou que “os rebeldes do M23 teriam enterrado os corpos das vítimas”.

O grupo M23, antigo grupo rebelde tutsi, derrotado em 2013, voltou a pegar nas armas em 2021, acusando as autoridades de Kinshasa de não ter respeitado os compromissos de desmobilização e reintegração dos combatentes em organismos como o exército e a polícia.  

As autoridades congolesas acusam o Ruanda de apoiar o movimento rebelde, acusações confirmadas pelas Nações Unidas, mas que Kigali nega categoricamente.

Por sua vez, o Ruanda acusa Kinshasa de apoias as FDLR, rebeldes hútus ruandeses, que permanecem em território congolês desde o genocídio Tutsi em 1994. Acusações sem qualquer fundamento aos olhos da RDC.

Esta quarta-feira, o Movimento 23 de Março manifestou-se "pronto a retirar-se" dos territórios que ocupa e iniciar um diálogo de paz.

O grupo solicitou uma "reunião" com a força militar conjunta da Comunidade da África Oriental, que começou a ser deslocada para o leste da República Democrática do Congo, bem como com o mediador do bloco regional, o ex-Presidente queniano Uhuru Kenyatta, que encabeça o processo de paz entre o Governo congolês e os grupos armados ativos nessa parte do país.

O grupo confirmou igualmente aceitar o "cessar-fogo" exigido no passado dia 23 de Novembro numa cimeira em Luanda patrocinada pelo Presidente angolano, João Lourenço, mediador da União Africana para o diferendo entre a RDC e o Ruanda, que Kinshasa acusa de apoiar o M23.

Todavia, até ao momento não foi observada nenhuma retirada dos territórios que ocupa

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.