Governo e Renamo ainda estão longe do consenso

A 57ª ronda negocial voltou a juntar à mesma mesa o governo moçambicano e o maior partido da oposição, a Renamo. Em Maputo o impasse prevalece, num momento em que se continua a discutir as condições da missão dos observadores internacionais. Com avanços e recuos, a solução está longe de ser consensual.

Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, local onde terá lugar a 58ª ronda negocial entre governo e renamo. Liliana Henriques

No quadro do diálogo político-militar que tem vido a ser desenvolvido entre o Governo e a Renamo, as duas maiores forças políticas moçambicanas continuam a manifestar divergências quanto à plataforma de intervenção dos observadores internacionais no que diz respeito, nomeadamente, à desmilitarização e consequente fim dos ataques armados registados em algumas regiões moçambicanas.

O nosso correspondente em Maputo, Orfeu Lisboa, ouviu o chefe da delegação governamental, José Pacheco, este afirma que a decisão sobre a aplicação das acções da missão dos observadores tem vindo a ser arrastado apesar da crescente necessidade de intervenção. "eles têm que vir observar o processo de cessação dos ataques da Renamo contra cidadãos indefesos e forças de defesa e segurança e destruição de bens. Pensamos que devem também observar o processo de desarmamento da Renamo".

Para pôr fim ao clima de hostilidade vivido em Moçambique, com enfoque na região da Gorongosa que tem vindo a ser palco de vários confrontos nos últimos cinco meses, a Renamo exige a paridade nas forças de defesa e segurança, como explica o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, "a nossa proposta não traz nenhum assunto novo, a não ser procurar encontrar o meu termo naquilo que já foi adoptado noutros momentos".

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Correspondência Moçambique, Orfeu Lisboa

Hoje o Governo e a Renamo voltaram a não conseguir alcançar um concenso quanto aos parâmetros da vinda de uma missão de observadores internacionais a Moçambique. As duas partes voltam a estar reunidas na próxima segunda-feira, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.