União Europeia aprova sanções contra o regime do ditador líbio

A União Europeia decidiu suspender os laços comerciais com a Líbia e se disse pronta para adotar sanções contra o regime de Muammar Kadafi, em resposta à violenta repressão aos protestos de oposição no país. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira, após reunião extraordinária de dirigentes do bloco em Bruxelas. Os europeus já suspenderam a exportação de armas para a Líbia.

O presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, condenou a repressão brutal na Líbia. AFP/Georges Gobet

Letícia Fonseca, especial para a Rádio França Internacional.

As sanções, que deverão ser definidas nos próximos dias, incluiriam o congelamento de bens de autoridades líbias em território europeu, a proibição de vistos de entrada nos países da União Europeia e o embargo de armas. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu à Líbia para garantir a segurança dos cidadãos estrangeiros e facilitar a saída daqueles que pretendem deixar o país.

O coronel líbio Muammar Kadafi era, até pouco tempo, considerado parceiro comercial importante da Europa. Anos atrás, Kadafi foi recebido com pompas e circunstância em Bruxelas.

A Líbia é o terceiro maior fornecedor de energia – petróleo e gás – do continente europeu e é um país com destaque na contenção dos fluxos de migrantes e refugiados do norte da África rumo à Europa.

Com a explosão da violência na Líbia, a Comissão Europeia está preocupada com o risco de catástrofe humanitária. Itália, Malta e Chipre seriam os países mais afetados. Esta semana, especialistas do bloco foram enviados às fronteiras da Tunísia e do Egito para monitorar a situação e preparar o terreno em caso de êxodo da população.

Mais cedo, o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, condenou a repressão brutal na Líbia. Rompuy ressaltou que “crimes horríveis como estes são inaceitáveis e não podem ficar sem conseqüências”. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, classificou de “inaceitável” a maneira como Kadafi ameaça seu próprio povo.