Sarkozy diz que missão da OTAN chegou ao fim na Líbia
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, fez hoje um apelo ao perdão, à reconciliação e à unidade na Líbia, após a morte do ex-ditador Muammar Kadafi. Assim como a presidente Dilma Rousseff, Sarkozy disse que ninguém deve festejar a morte de um homem. Ele também afirmou que com o desaparecimento de Kadafi a operação da OTAN na Líbia chega ao fim. A intervenção militar liderada pela França e o Reino Unido começou em março.
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Questionado se a morte de Kadafi era uma mensagem para outros ditadores árabes, Sarkozy respondeu "com certeza".
Muitos se perguntam até quando a comunidade internacional vai ficar de braços cruzados diante da repressão organizada pelo regime de Bachar Al-Assad, que já matou mais de 3 mil civis na Síria desde março, segundo a ONU. O filósofo francês, Bernard Henri-Levy, que convenceu Sarkozy a dar apoio aos rebeldes do CNT, tem afirmado que a queda dos regimes de Bachar Al-Assad e do iraniano Mahmoud Ahmadinejad é só uma questão de tempo.
Segundo o chanceler francês, Alain Juppé, o Conselho Nacional de Transição (CNT) controla praticamente todo o território líbio e, com exceção de algumas medidas transitórias na semana que vem, a operação da OTAN chegou ao fim. Juppé insistiu que o objetivo da OTAN não era matar Kadafi, mas apenas forçá-lo a abandonar o poder. "Cabia ao CNT capturar e julgar Kadafi", disse o ministro.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos defendeu hoje a realização de uma investigaçao sobre as circunstâncias exatas da morte do ex-ditador.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou hoje durante uma visita oficial ao Paquistão que a morte de Kadafi marca o início de uma nova era para o povo líbio. Ela elogiou "a vontade dos líbios de construir uma nova democracia" e garantiu que eles terão o apoio dos Estados Unidos.
O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, saudou hoje a morte de Kadafi e afirmou que agora não há mais pretexto para a intervenção das forças estrangeiras na Líbia. "É necessário que essas forças se retirem imediatamente para permitir que o povo líbio decida seu futuro", disse o ministro iraniano. O Irã apoiou a revolta do povo líbio contra Muammar Kadafi sem reconhecer formalmente o novo governo líbio.
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