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Síria/ violência

Países do Golfo pedem o fim da repressão na Síria

A pressão contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, aumenta a cada dia. Nesta terça-feira, as monarquias do Golfo exigiram o fim imediato da repressão na Síria e a libertação dos detentos, como passo prévio para a aplicação de um plano de envio de observadores árabes. Nesta quinta-feira, uma missão preparatória para a observação internacional deve chegar no país.

Manifestante sírio protestam contra o presidente Bashar al-Assad, nesta segunda-feira, em Damasco.
Manifestante sírio protestam contra o presidente Bashar al-Assad, nesta segunda-feira, em Damasco. REUTERS/Handout
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"O Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) pede ao governo sírio o cessar imediato da máquina de matar, o fim do derramamento de sangue, a libertação dos detentos, como primeiro passo para iniciar a aplicação do protocolo sobre o envio de observadores", afirma um comunicado do grupo regional divulgado ao fim de uma reunião em Riad, na Arábia Saudita.

O texto do CCG pede ao governo sírio a "aplicação de todas as cláusulas da iniciativa árabe", que prevê - além do envio de observadores para proteger os civis - o fim da repressão, a libertação de pessoas detidas em consequência das manifestações e a retirada do Exército das cidades.

"Esta iniciativa deve ser aplicada imediatamente", destacou o chefe da diplomacia saudita, o príncipe Saud al-Faisal, em uma entrevista coletiva. "Ouvimos dizer que a Síria aceitou o protocolo (de envio dos observadores), mas não a iniciativa árabe. O protocolo é parte integrante da iniciativa árabe, que é indivisível", afirmou o ministro saudita.

Uma primeira delegação de observadores árabes viajará a Damasco na quinta-feira, com a autorização da Síria, anunciou nesta terça-feira a Liga Árabe. O grupo vai ser dirigido pelo subsecretário-geral da Liga, Samir Saif al-Yazal, e visa a preparar a missão oficial de observação sobre a situação no país, que contesta nas ruas, há nove meses, o poder do presidente. A violência já deixou mais de 5 mil mortos no período, segundo a ONU.

A Síria assinou na segunda-feira com a Liga Árabe um documento que autoriza a visita de observadores, no âmbito de um plano árabe de saída da crise. A assinatura do protocolo que autoriza a chegada de observadores árabes é "o início de uma cooperação" entre o governo sírio e a Liga Árabe, afirmou em Damasco na segunda-feira o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mualem, que afirmou que recebia "com satisfação" esta delegação.

Mais de 100 mortos

Apesar dos avanços, a situação permanece violenta no país. Hoje, cem desertores sírios morreram ou ficaram feridos em confrontos com militares na província de Idleb (noroeste), anunciou nesta terça-feira o opositor Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). "Após confrontos com o Exército, uma centena de desertores foram cercados e foram mortos ou feridos no distrito de Yabal al-Zawia", afirma o OSDH em um comunicado.

"Dezenas de civis, incluindo ativistas, também estão cercados pelo Exército sírio na região", completa o texto do OSDH, que pediu ao principal dirigente da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, a "agir imediatamente para evitar este possível massacre".
 

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