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Síria/guerra

Sem acordo, situação na Síria é irreversível, diz Kofi Annan em Genebra

O emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe Kofi Annan responsabilizou a comunidade internacional pela situação na Síria, durante uma reunião do Grupo de ação sobre a Síria, que acontece neste sábado em Genebra. Segundo Annan, o povo sírio é a maior vítima do impasse entre os países ocidentais, a Rússia e a China.

O emissário da ONU Kofi Annan, e a secretária de Estado americana Hillary Clinton
O emissário da ONU Kofi Annan, e a secretária de Estado americana Hillary Clinton REUTERS
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O emissário fez um apelo para que os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU cheguem a um consenso e encontrem uma saída definitiva para a guerra civil no país, que já matou quase 16 mil pessoas desde março de 2011. "Caso não haja um acordo, seremos julgados de forma severa pela história", disse Annan. "Os sírios serão as maiores vítimas desse impasse, e os mortos não serão apenas as consequências dos atos cometidos por assassinos, mas também da incapacidade do Conselho para superar suas divergências", completou. O fracasso da reunião deste sábado pode tornar o drama que atinge a Síria "irreversível’’, ressaltou Annan.

Além de Annan, Grupo de ação sobre a Síria é formado pelos chefes da diplomacia dos cinco países que formam o Conselho de Segurança da ONU : Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha. Também participam países que representam a representam a Liga Árabe, como o Iraque, Irak, Kuwait e Catar, além da Turquia secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, e a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton. O objetivo do grupo é identificar as etapas e medidasnecessárias para a aplicação do plano de paz, que inclui, entre outras medidas, o fim da violência, e a abertura de um diálogo com a oposição, além do cumprimento das resoluções 2042 e 2043 do Conselho, que prevêem o envio de observadores ao país.

Segundo negociadores americanos e britânicos, os membros do Conselho dificilmente chegarão a um acordo neste sábado. Uma questão crucial divide os membros da ONU: o destino do presidente Bachar Al Assad. Os Estados Unidos exigem que ele deixe imediatamente o poder, mas os russos, aliados do regime, defendem que a transição seja decidida internamente, sem a interferência de outros países. "Um futuro estável para a Síria passa pela saída de Bachar Al Assad", disse o chanceler britânico William Hague na sua chegada a Genebra.

ONG pede que equipes médicas sejam enviadas a Douma

O Observatório Sírio de Direitos Humanos pediu neste sábado ao comitê internacional da Cruz Vermelha que enviasse com urgência equipes médicas para a cidade de Duma, perto de Damasco, alvo de ataques militares desde o dia 21 de junho. Quinze pessoas, entre elas 13 civis, morreram neste sábado durante as operações, segundo a organização. Nesta sexta-feira, pelo menos 75 pessoas morreram no país.
 

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