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Península coreana

Coreias do Norte e do Sul se declaram dispostas a retomar diálogo

A Coreia do Sul propôs nesta quinta-feira um encontro interministerial com seu vizinho do Norte, que seria realizado na próxima semana em Seul e permitiria retomar o diálogo após meses de tensão militar entres esses dois países divididos há seis décadas.

Visitantes da Coreia do Sul observam a Coreia do Norte na fronteira entre os dois países.
Visitantes da Coreia do Sul observam a Coreia do Norte na fronteira entre os dois países. REUTERS/Lee Jong-gun/Yonhap
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O ministro sul-coreano da Unificação, Ryoo Kihl-Jae, encarregado das relações entre os dois vizinhos, propôs a Pyongyang um encontro na quarta-feira, 12 de junho. Algumas horas mais cedo, Seul havia publicamente aceitado a proposta do Norte de manter, pela primeira vez em muitos anos, negociações oficiais sobre um certo número de litígios comerciais e humanitários.

A China, o único aliado de peso da Coreia do Norte, comemorou esta abertura. Especialistas sul-coreanos, no entanto, permanecem prudentes, enfatizando que o conteúdo e o calendário das negociações certamente contêm pontos de desacordo profundos, talvez insuperáveis.

Nos últimos meses a tensão havia aumentado muito entre os países ocidentais e o regime norte-coreano, após o terceiro teste nuclear feito por Pyongyang em fevereiro, seguido por ameaças de ataque por parte dos Estados Unidos.

Mas nas últimas semanas as duas Coreias parecem ter aceitado a ideia de que é preciso retomar o diálogo.

A Coreia do Norte propôs discussões sobretudo sobre o complexo industrial de Kaesong, administrado conjuntamente pelos dois vizinhos. Pyongyang se diz disposto a conversar sobre o futuro dessa zona industrial, onde trabalhavam mais de 50 mil operários norte-coreanos e centenas de administradores sul-coreanos. Apesar de ser crucial para a obtenção de moeda estrangeira por parte do regime comunista, esse complexo foi fechado pela Coreia do Norte no início de abril.

Pyongyang também se diz igualmente disposto a negociar a retomada das visitas turísticas ao monte Kumgang, uma das paisagens mais belas do país. Assim como Kaesong, esse local rendia milhões de dólares à Coreia do Norte, um país recluso e arruinado por suas ambições militares, que lhe valeram múltiplas sanções internacionais, diplomáticas, comerciais e financeiras.

Os contatos oficiais entre as duas Coreias estão paralisados desde o naufrágio de uma corveta torpedeada, segundo Seul, por um submarino norte-coreano em março de 2010, provocando a morte de 46 marinheiros.

A presidente sul-coreana Park Geun-Hye se declarou várias vezes aberta ao diálogo, com o apoio de seu aliado americano, mas insiste que, como condição prévia, Pyongyang deve renunciar a desenvolver a arma nuclear.

Essa condição é inaceitável para o regime comunista norte-coreano, que se recusou sistematicamente a renunciar a seu direito, soberano segundo ele, à dissuasão nuclear.

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