Coreia do Norte e Coreia do Sul tentam relançar diálogo neste domingo

Depois de meses de tensão e ameaças, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul vão lançar uma nova tentativa de retomar o diálogo neste domingo (9), em Panmunjon, perto da fronteira. Nesta sexta-feira, a Coreia do Norte reestabeleceu a linha telefônica de urgência com os sul-coreanos, que havia sido interrompida em março.

Veículos militares perto do complexo de Kaesong REUTERS/Jeon Sin/Newsis

Os dois países vão enviar três delegações para Panmunjon, conhecido como o vilarejo da paz, que deverão preparar o terreno para as negociações ministeriais. É nesta cidade que passa a linha telefônica que estabele o contato entre os dois países em caso de emergência. A Coreia da Norte havia sugerido o complexo industrial de Kaesong, fechado em abril, no auge da tensão entre o país, o vizinho e os Estados Unidos, que chegaram a receber ameaças de um ataque nuclear.

Caso haja avanços na reunião de amanhã, os dois países podem voltar a discutir na próxima semana em Seul. Na quinta-feira, a Coreia do Norte tomou a iniciativa de propor, pela primeira vez em muitos anos, a retomada da discussões de assuntos polêmicos, que envolvem questões comerciais e humanitárias. Entre elas, a união, ainda que temporária, de famílias separadas no fim da guerra, em 1953. Um conflito que tecnicamente nunca acabou, já que Seul e Pyongyang assinaram um armistício, e não um tratado de paz.

Para a Coreia do Norte, a reunião preparatória entre as autoridades dos dois países era necessária antes do início das negociações em nível ministerial, principalmente porque as relações bilaterais eram ‘’praticamente inexistentes e a desconfiança mútua atingiu seu nível máximo.’’

A questão da manutenção do complexo de Kaesong, onde trabalhavam mais de 50 mil funcionários sul-coreanos, está entre os principais temas que devem ser debatidos entre os dois países. Em um comunicado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, elogiou a iniciativa para ‘’diminuir as tensões e promover a paz e a estabilidade na península coreana." Os analistas sul-coreanos se mostram prudentes, e afirmam que o conteúdo e o calendário das negociações ainda precisa ser esclarecido com mais detalhes.