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Tailândia/Política

Oposição pede na justiça anulação de eleição antecipada na Tailândia

A oposição lançou nesta terça-feira (4) um novo ataque contra o governo da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, desta vez na justiça. O advogado do Partido Democrata anunciou ter entrado com uma ação na Corte Constitucional para pedir a anulação das eleições legislativas do último domingo, boicotadas pela oposição. O pedido é feito um dia depois dos Estados Unidos alertar a Tailândia sobre um possível novo golpe militar no país, sacudido há três meses por uma crise política.

Um manifestante anti-governamental com cartaz pedindo para as pessoas não votarem nas eleições antecipadas.
Um manifestante anti-governamental com cartaz pedindo para as pessoas não votarem nas eleições antecipadas. REUTERS/Damir Sagolj
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Além do cancelamento das eleições, o advogado Virat Kalayasiri, do Partido Democrata, pediu a dissolução do partido Puea Thai, atualmente no poder.
A ação reclama ainda a cassação política dos dirigentes do partido governista por 5 anos.

A primeira-ministra Yingluck Shinawatra enfrenta há vários meses uma onda de protestos pedindo sua renúncia. Ela é acusada de ser uma marionete de seu irmão, Thaksin Shinawatra, destituído do poder em 2006, mas que continua a exercer o poder e influência no governo a partir do exílio.

Para tentar tirar o país de uma crise que já deixou pelo menos 10 mortos, Yingluck convocou eleições antecipadas para o dia 2 de fevereiro. Mas os opositores impediram a realização da votação em 10% das sessões eleitorais.

Os manifestantes exigem a substituição do governo por um “conselho do povo”, não eleito. Diante dessas condições excepcionais, os resultados poderão não ser conhecidos antes de várias semanas, talvez meses, prolongando o mandato do atual governo.

Segundo especialistas, o governo fica vulnerável a uma intervenção da justiça, que já exerceu um papel importante na histórica política recente do país.

Para justificar o pedido de anulação da votação, o advogado do Partido Democrata alega a impossibilidade de votação em várias sessões eleitorais. “ Foi uma maneira de tomar o poder de maneira inconstitucional”, disse Virat Kalayasiri.

Este novo capítulo da crise revela as divisões profundas na sociedade tailandesa entre os partidários e os inimigos de Thaksin Shinawatra. E a situação preocupa cada vez mais a comunidade internacional. A ONU demonstrou nesta terça-feira sua preocupação de “novos episódios de grave violência e de confrontos armados”.

 

 

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