Acesso ao principal conteúdo
Negociações Etiópia/Rebeldes Tigray

Governo etíope e rebeldes do Tigray dão início a negociações de paz

O governo etíope e uma equipa enviada pela Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) deram início, esta segunda-feira, às primeiras conversações para tentar colocar um ponto final à guerra civil, que dura há já dois anos, no Tigray, norte da Etiópia. As duas delegações estão reunidas em Pretória, capital da África do Sul.

Soldados do governo etíope na traseira de um camião numa estrada perto de Agula, a norte de Mekele, na região do Tigray, no norte da Etiópia, 8 de Maio de 2021.
Soldados do governo etíope na traseira de um camião numa estrada perto de Agula, a norte de Mekele, na região do Tigray, no norte da Etiópia, 8 de Maio de 2021. AP - Ben Curtis
Publicidade

É um momento verdadeiramente histórico. O governo da Etiópia e os rebeldes do Tigray entraram, esta quarta-feira, no terceiro dia de conversações para tentar resolver as divergências que os separam. Os dois grupos estão em guerra há dois anos no Tigray, região setentrional da Etiópia, num conflito que já provocou a morte de milhares de pessoas.

As negociações, que foram organizadas pela União Africana, estão a ser meadiadas pelos antigos presidentes da Nigéria e do Quénia, Olusegun Obasanjo e Uhuru Kenyatta, respectivamente, e também pelo antigo vice-presidente sul-africano, Phumzile Mlambo Ngcuka.

A Organização das Nações Unidas (ONU), a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) e os Estados Unidos vão intervir apenas como observadores.

Apesar deste papel um tanto passivo, a Casa Branca envidou esforços, na segunda-feira, para que ambas as partes se empenhem nas negociações. O objectivo é que seja possível concretizar três metas prementes: um cessar-fogo rápido, um acesso humanitário sem entraves e a retirada dos soldados eritreus do Tigray.

"As negociações de paz para encontrar uma solução pacífica para o devastador conflito da região do Tigray serão concluídas a 30 de outubro", disse Vincent Magwenya, porta-voz do presidente sul africano, Cyril Ramaphosa.

Moussa Faki Mahamat, Presidente da Comissão da União Africana (UA), mostrou-se feliz por esta abertura de ambas as partes à negociação.

Ele disse estar "encorajado pela rápida demonstração de empenho das partes na paz" e disse que a UA continuará a lutar "para silenciar as armas rumo a uma Etiópia unida, estável, pacífica e resiliente", conforme cita a agência France-Presse.

5 meses de tréguas e o retorno do conflito

Os confrontos sofreram um período de acalmia com cinco meses de tréguas, no entanto, os combates violentos retomaram no final de Agosto e têm vindo a intensificar-se nas últimas semanas. A Comunidade Internacional já se tinha mostrado, por diversas vezes, preocupada relativamente a este conflito e olha agora para estas negociações com esperança de que os desentendimentos possam ser, finalmente, ultrapassados.

Combatentes das forças rebeldes do Tigray na Etiópia, Junho de 2021.
Combatentes das forças rebeldes do Tigray na Etiópia, Junho de 2021. AFP - YASUYOSHI CHIBA

"Não existe uma solução militar para este conflito e estas conversações representam a forma mais promissora de alcançar uma paz duradoura e prosperidade para todos os etíopes", reagiu Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano.

Até ao momento, não existem ainda resoluções concretas quanto às conversações, que deverão decorrer até ao próximo domingo.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.