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Quênia/Terrorismo

Duplo atentado no Quênia deixa ao menos 10 mortos

Duas explosões deixaram ao menos dez mortos e quase 70 feridos nesta sexta-feira (16) em Nairóbi, capital do Quênia. Um suspeito foi preso. Nenhum grupo reivindicou os atentados até agora. Há alguns dias, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França e a Austrália recomendaram a seus cidadãos no Quênia que ficassem atentos. Os turistas britânicos no litoral queniano estão sendo repatriados.

Equipe legista queniana trabalha no local onde aconteceram as duas explosões desta sexta-feira (16) no mercado de roupas usadas Gikomba, próximo ao centro de Nairóbi.
Equipe legista queniana trabalha no local onde aconteceram as duas explosões desta sexta-feira (16) no mercado de roupas usadas Gikomba, próximo ao centro de Nairóbi. Reuters
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As duas explosões aconteceram na entrada do mercado Gikomba, próximo ao centro da capital, onde são vendidas roupas usadas. Uma delas ocorreu dentro de um miniônibus de 14 lugares. Segundo a polícia local, as bombas utilizadas eram de fabricação artesanal.

O Quênia foi recentemente palco de atentados a bomba visando principalmente ônibus. No início de maio, uma série de atentados deixou sete mortos e uma centena de feridos em Mombasa e Nairóbi em apenas um final de semana.

Em setembro do ano passado, combatentes islâmicos do grupo Al Chabaab atacaram um shopping center de Nairóbi, matando 67 pessoas.

Repatriamento

Centenas de turistas britânicos estão sendo retirados nesta sexta-feira do litoral do Quênia em voos fretados por suas agências de viagem, depois que o governo do Reino Unido e vários países ocidentais alertaram contra uma ameaça terrorista.

Thomson e First Choice, filiais do maior grupo de viagens da Europa, TUI Travel, anunciaram nesta sexta-feira que cancelaram todos os voos para Mombasa, segunda maior cidade do Quênia, até 31 de outubro. "Por medida de precaução, também decidimos repatriar para o Reino Unido todos os nossos clientes que estão atualmente de férias no Quênia", anunciaram em um comunicado. Um porta-voz indicou que cerca de 400 clientes estavam na região de Mombasa.

Na quarta-feira, o Foreign Office britânico "desaconselhou qualquer viagem não essencial" a Mombasa e em parte da costa queniana, dois dias depois de um alerta similar da França e da Austrália. O Canadá também recomenda desde o início de maio evitar qualquer viagem na região de Mombasa, onde ocorreram no último dia 3 dois atentados, deixando quatro mortos.

As autoridades do Quênia qualificaram na quinta-feira de "atos de inimizade" os alertas dos países ocidentais sobre o litoral queniano.

Indústria do turismo ameaçada

Os trabalhadores e empresários do turismo, setor que representa uma parte importante da economia e do emprego no Quênia, ficaram preocupados com o impacto dessa medida de repatriamento sobre o futuro da indústria turística, que já enfrenta dificuldades.

"Estamos preocupados, não há um um perigo grave iminente para justificar essas medidas. Isso vai ser um golpe duro para o setor do turismo. A alta temporada deveria começar em julho", explicou Sam Ikwayen, um executivo da associação dos hoteleiros e donos de restaurante do Quênia. Ele estima que os hotéis da região podem ter uma queda de até 70% em suas receitas.

Segundo os dados mais recentes, o turismo representa direta ou indiretamente 14% do produto nacional bruto e fornece cerca de 700 mil empregos diretos ou indiretos, ou seja, 12% dos empregos do país.

O Quênia, conhecido por seus sáfaris e suas praias de areia branca, recebeu pouco mais de um milhão de visitantes em 2013, o que corresponde a uma queda de mais de 11% em relação a 2012. As autoridades atribuem a redução do número de turistas às "ameaças terroristas".

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